Por hora, quatro mulheres foram vítimas de violência em Goiás

Por hora, quatro mulheres foram vítimas de violência em Goiás

Os crimes contra a mulher sofreram aumento de 2,7% entre os meses de janeiro e setembro de 2022. Em nove meses (272 dias), o estado registrou 28.816 casos, enquanto que no mesmo período do ano passado foram 27.992 ocorrências. Ou seja, a cada hora, quatro mulheres sofreram algum tipo de crime, totalizando 105 registros por dia e 3.178 por mês.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSPGO), houve aumento em todas as áreas de violência, exceto ameaça (baixa de 0,7%). Porém, crimes como feminicídio (aumento de 37,7%), estupro (aumento de 16%), lesão corporal (aumento de 3,4%) e crimes contra a honra – calunia difamação e injuria (aumento de 7,5%), surpreedem.

Mesmo com a baixa, o crime de ameaça foi o mais registrado, com 11.739 denúncias, seguindo pelos crimes contra a honra (8.544), lesão corporal (8.247), estupro (238) e feminicídio (48).

“A violência contra a mulher é um dos crimes que mais cresce no país. Essa cultura machista que está impregnada em nossa sociedade, infelizmente, contribui para isso. Temos homens que se sentem donos da mulher, que não se sentem confortáveis em ver a mulher em uma posição de destaque, empoderada”, afirmou. 

Como denunciar

Segundo a delegada, as denúncias podem ser feitas de forma anônima por meio do Disque 180 e Disque 197. Caso a vítima se sinta mais segura, ela também pode comparecer em qualquer delegacia de forma presencial. Além disso, canais de saúde também podem ser meios de denunciar o agressor.

No último dia 3, por exemplo, um homem foi preso após a mulher dele, de 28 anos, cortar os próprios pulsos para ser levada ao hospital e conseguir denunciar que sofria violência doméstica, em Goiânia. Ela contou à equipe médica que era agredida e estava em cárcere privado sem contato com a família. Os profissionais chamaram a Polícia Militar (PM) que realizou a prisão do autor.

“A mulher pode procurar os conselhos municipais de defesa da mulher, secretarias da mulher. Existe toda uma rede de enfrentamento e proteção da mulher que recebe essas denúncias”, explicou.

Sem perfil 

Ainda de acordo com Cybelle, os criminosos não possuem um perfil, mas eles dão indícios de que podem vir a ser agressivos. A mulher, inclusive,  pode perceber sinais de um relacionamento abusivo por meio do comportamento do companheiro, como o ciúme excessivo.

A investigadora aconselha que a mulher deve procurar a delegacia ao primeiro sinal de uma possível agressão, por parte do homem. Para ela, o ciclo de violência deve ser quebrado no início do relacionamento, a fim de evitar crimes mais graves como o feminicídio.

“Se o ciclo da violência não for rompido desde o início, ele pode vir a se tornar um feminicídio. A violência doméstica não se inicia com um feminicídio, ele é o ápice da violência contra  a mulher. Antes são percorridas três fases e a mulher precisa rompê-las. Essas fases se iniciam com agressões verbais, que evoluem para agressões físicas e depois a morte”, concluiu.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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