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Por minuto, 35 mulheres são agredidas no Brasil

Última atualização 02/03/2023 | 17:10

O Brasil registrou 35 agressões contra mulheres por minuto ao longo de 2022, superando as 50 mil vítimas diárias. Os dados fazem parte do estudo “Visível e Invisível – A Vitimização de Mulheres no Brasil“, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, encomendado ao Instituto Datafolha e divulgado nesta quinta-feira, 2.

Segundo o estudo, 28,9% das mulheres, o que equivale a 18,6 milhões de brasileiras, sofreu algum tipo de violência ou agressão em 2022. A quantidade média de agressões diárias foi de 50.962, o que significa aproximadamente 35 agressões por minuto.

O relatório aponta ainda que 14 mulheres foram vítimas de agressões físicas a cada minuto, totalizando 7,6 milhões de episódios ao longo do ano, o que equivale a 11,6% do total. Agressões verbais foram as mais registradas equivalendo a 23,1% do total e somando 14,9 milhões de ocorrências.

Aproximadamente 8,7 milhões de mulheres (13,5%) relataram terem sido vítimas de perseguição, enquanto outras 3,5 milhões (5,4%) relataram episódios de espancamento ou tentativa de estrangulamento. Por fim, outras 3,3 milhões (5,1%) foram vítimas de ameaças com faca ou armas de fogo.

Em relação a idade, a maior parte das vítimas tem entre 16 e 24 anos (30,3%), com a segunda faixa etária com mais afetadas sendo a de 25 a 34 (22,8%). Em relação a etnia, a maioria das vítimas (65,6%) é negra, enquanto 29% são brancas, 3% indígenas e 2,3% amarelas.

Mais de 57% das vítimas tinham filhos e quase 52% moravam em cidades do interior. A maior parte das agressões aconteceu nas residências das vítimas (53,8%), com rua (17,6%) e trabalho (4,7%), vindo em seguida. Já em relação aos agressores, a maioria (31,3%) eram ex-companheiros, namorados e cônjuges. Atuais companheiros representam 26,7% dos agressores, enquanto 8,4% das agressões foram causadas por pais e mães.

Ainda de acordo com a pesquisa, 45% das mulheres disse não ter feito nada após o episódio mais grave de violência, enquanto outras procuraram ajuda da família (17,3%), de amigos (15,6%) ou realizaram denúncias em Delegacia da Mulher (14%). Ligações para a Polícia Militar no telefone 190, para a Central de Atendimento à Mulher no telefone 180 e denúncias eletrônicas também foram soluções citadas. Dentre as que não procuraram as autoridades, 38% resolveram sozinhas, enquanto 31,3% acreditavam que a polícia não ajudaria ou ofereceria solução. Outros 14,4% não tinham provas suficientes das agressões.

Goiás

Nesse contexto, o Governo de Goiás lançou nesta semana a Operação Átria para ações de combate aos crimes contra a mulher, em especial, o feminicídio. Por determinação do governador Ronaldo Caiado (União Brasil, o cumprimento de mandados de prisão de agressores e a fiscalização de medidas protetivas serão intensificados no estado.

Coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO), as equipes também devem apurar denúncias, realizar visitas e diligências, instaurar procedimentos e desenvolver campanhas educativas.

Além da morte violenta de mulheres, também estão no foco da Operação Átria os crimes de estupro, lesão corporal, ameaça, assédio sexual, importunação sexual e violência psicológica.

“Um somatório de ações e uma estrutura diferenciada”, resumiu o governador Ronaldo Caiado. Ele ressaltou que Goiás se prepara para dar à Delegacia da Mulher de Goiânia abrangência estadual e lembrou, como estratégia importante, a criação da chamada “Sala Lilás”, onde é feito o atendimento de mulheres e crianças vítimas de violência sexual.

“É diferenciada para atender mulheres separadamente de onde atendemos os homens no Instituto Médico Legal”, explicou.