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Veja as razões de Goiânia ser famosa pela música sertaneja!

Última atualização 20/03/2022 | 17:34

A cidade de Goiânia tem muitas características marcantes. A culinária, com pequi, pamonha e galinhada. As ruas arborizadas, com tempo seco e quente.

O sotaque peculiar, com o som da letra R em evidência. Além de todas essas questões, a música sertaneja é um dos principais pontos de referência quando se fala sobre a capital goiana. Mas, afinal de contas, por que Goiânia é o berço da música sertaneja nacional?

Raízes sertanejas em Goiânia

O sertanejo está no sangue de Goiânia. Um país como o Brasil, de dimensões continentais, possui uma cultura altamente diversificada. Com a música, isso não é diferente.

O Nordeste tem o axé, o forró e o frevo. Já o Norte conta com marujada e calypso. O Sul se orgulha do xote e da valsa. No Sudeste, bossa nova, samba e pagode estão presentes.

Assim como o axé nasceu no Nordeste e o samba no Sudeste, o sertanejo nasceu no Centro-Oeste. Dentro da região, o sertanejo goiano vem ganhando proporções cada vez maiores. Embora seja próprio desse estado, as dimensões de tal gênero musical já alcançaram nível nacional.

Atualmente, o sertanejo é um dos principais ritmos do País. Na atual lista das 50 canções mais ouvidas do Spotify, 17 delas são de duplas ou artistas sertanejos. Em porcentagem, isso equivale a mais de 3o% das tendências.

Considerando a variedade musical no País, com o pop e o funk conquistando um crescente espaço, a presença do sertanejo se mostra notável.

Passado, presente e futuro

Uma boa parte dos maiores artistas da história do sertanejo nasceram em solo goiano. Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano, Bruno e Marrone honram o sertanejo raiz. Com o passar do tempo, o gênero ganhou um novo desdobramento: o sertanejo universitário.

Nesse nicho, surgiram outras duplas e cantores com origem em Goiás. João Neto e Frederico, Cristiano Araújo e, é claro, Marília Mendonça. A popularidade estratosférica do gênero fez com que músicos decidissem se enveredar por esse caminho.

É o caso de Fred Monteiro. Natural de Goiânia, ele é filho de Monteiro, da dupla Mattão e Monteiro. Desde criança, começou a tocar violão e chegou a fazer parte da banda do pai. Continuou no grupo até a dupla se encerrar, lançando em paralelo alguns trabalhos solo. Ele já se aventurou até pelo rock, mas o foco sempre foi o sertanejo.

Para o cantor, Goiânia nem sempre foi o principal centro do gênero no Brasil. “Isso foi aos poucos. Há 30 anos, na época do meu pai, era São Paulo. Todas as grandes duplas foram para São Paulo, mas com o tempo, a modernização e a tecnologia, foram sendo montados estúdios em cidades menores. Goiânia foi uma delas, e a partir do sertanejo universitário a galera começou a produzir aqui”, conta.

Além disso, há a questão geográfica. “Se você parar para pensar, tem uma questão estratégica de local. Goiás está bem no meio do Brasil, e o cara que faz show no país todo fica em um lugar com acesso ao Brasil inteiro”, opina Fred Monteiro.

Fred Monteiro cantor sertanejo
Fred Monteiro, em destaque / Foto: Dreams Agência

Um ritmo que segue crescendo

Sem dúvida, o sertanejo de hoje não é o mesmo do século passado. Apesar de sofrer constantes adaptações, o ritmo segue vivo no imaginário das pessoas. A pedagoga Thais Andressa, de 31 anos, é um dos exemplos. Nascida e criada em Goiânia, ela escuta sertanejo desde pequena.

“Nem lembro quando comecei a ir em show, acho que foi na época da Villa Mix, no Serra Dourada. […] Eu gosto de Simone e Simaria, Marília Mendonça, Jorge e Mateus, do Gusttavo Lima gosto de algumas… Maiara e Maraísa também. São músicas que eu gosto”, descreve.

Com tamanha influência na sociedade goiana, não é à toa que Goiânia ganhou o posto de capital Nacional do Sertanejo na última segunda-feira (14), quando o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) sancionou projeto de lei que assegura, oficialmente, esse status.