A renúncia de Carla Zambelli ao mandato de deputada federal alterou o desfecho imediato do impasse entre a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal. Com a decisão da parlamentar, o presidente da Casa, Hugo Motta, deixou de precisar executar formalmente a ordem de cassação determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. Em nota oficial, a Presidência da Câmara informou que a convocação do suplente ocorreu em razão do pedido de renúncia apresentado por Zambelli. O texto faz questão de desvincular o ato administrativo da determinação judicial expedida pelo STF na semana anterior, o que, na prática, livra Motta de cumprir a decisão imposta pelo Judiciário. A ordem de Moraes havia sido reforçada após o plenário da Câmara votar pela manutenção do mandato da então deputada, contrariando entendimento do Supremo. Diante do impasse institucional, a renúncia encerrou o conflito imediato e evitou que Motta tivesse de declarar a perda do mandato por imposição direta da Corte. Desde junho, quando a primeira condenação criminal de Zambelli transitou em julgado, o STF já considerava cassados o mandato e os direitos políticos da parlamentar. À época, Moraes e outros ministros aguardaram que a Câmara concluísse o trâmite interno, o que acabou não ocorrendo após a votação favorável à deputada.



