Por que o preço dos combustíveis está tão alto? Entenda

Aumento no preço do combustível gera revolta e memes

Nesta segunda-feira, dia 8, a Petrobrás anunciou o terceiro aumento da gasolina em 2021. Desta vez, o litro da gasolina nas refinarias aumentará R$ 0,17, o que eleva o valor final para R$ 2,25. No acumulado do ano, só esta modalidade de combustível já subiu 22%, incluindo esta última alta, de 8,2%.

Os outros dois principais produtos da petroleira estatal também foram reajustados: o diesel aumentará R$ 0,13 por litro, ficando a R$ 2,24, e o gás de cozinha será R$ 0,13 mais caro por quilo, indo para R$ 2,77.

O aumento acontece dias após uma reunião do presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, com o presidente da RepúblicaJair Bolsonaro. Depois de tentativas de paralização por parte de caminhoneiros, na semana passada, Bolsonaro convocou o administrador para explicar as políticas de preço da empresa, e estudar uma possível privatização.

Nas redes sociais, o presidente disse que sobre “o alto preço dos combustíveis, geralmente o único responsabilizado é o Presidente da República”, e colocou a resposta para o problema na mudança do imposto do ICMS, cuja taxa é de responsabilidade de cada estado.

Veja a explicação de Bolsonaro:

ICMS é a sigla para Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Bolsonaro explicou, (foto acima), que o preço final dos combustíveis são determinados por alguns fatores: impostos federais Pis/Cofins e Cide (este último foi zerado), por custos de frete das refinarias até os postos, pelo imposto estadual (ICMS) e pela definição primária do preço, estabelecida pela Petrobrás.

Essa composição do valor final foi confirmada pelo advogado procurado pelo Diário do Estado, Dr. Ailtamar Carlos da Silva. Bolsonaro afirmou ainda que pretende, por meio de projeto enviado ao Congresso, que o ICMS passe a ser cobrado sobre o combustível ainda nas refinarias, e não nas bombas, ou ainda que se estabeleça um valor fixo sobre o litro, que seria definido pelas Assembleias Legislativas de cada estado.

Em resposta à argumentação de Bolsonaro, Henrique Meirelles, que já presidiu o Banco de Boston e agora é secretário da Fazenda de São Paulo, declarou à CNN que a sugestão de Bolsonaro tem resultados insignificantes, dada a pequena porcentagem do ICMS no valor final da gasolina. Ele argumenta que a diferença entre estes “valores fixos” de cada estado deixaria uma lacuna que alguém deveria arcar, financeiramente. “A Petrobrás iria pagar a diferença?“, pergunta o goiano. Para o banqueiro, não adiantaria, já que depois da redução do ICMS, os preços podem continuar subindo com os ajustes da estatal.

“Henrique Meirelles está corretíssimo em sua análise”, afirma o advogado Ailtamar Silva. “Eles estão querendo jogar a bomba para outro lado, isso é só para as pessoas não culparem o Governo Federal. O que realmente deu certo no começo da gestão, para abaixar os preços da gasolina, foi a própria dinâmica do mercado: a lei da oferta e da procura, e não o corte nos impostos”, ressalta.

A outra possível “culpada” pelos valor da gasolina, a Petrobrás, justifica seus ajustes com a política de preços que faz paridade com o mercado internacional. Perguntado se esta política é uma boa, o advogado responde: “É uma política suicida. Principalmente pelo preço do dólar no exterior. Com a desvalorização do real que vimos principalmente em 2020, é suicídio tentar acompanhar o preço internacional”, aponta Ailtamar.

Em Goiás, desde 2019, a alíquota do ICMS não foi alterada e está em 17%, quando o ex-governador Marconi Perillo reajustou o alíquota dos combustíveis no estado. Em alguns casos, este valor pode ser inferior, como nos alimentos da cesta básica. Em janeiro de 2021, por lei de autoria do governador Ronaldo Caiado, a alíquota para arroz e feijão caiu para 12%. De modo geral, no Brasil, o valor dos ICMSs dos estados variam entre 12% e 25%.

Muitos dos problemas relativos à impostos no Brasil devem ser sanados com a reforma tributária que o Governo Federal tenta passar, de acordo com Meirelles. Para o advogado Ailtamar Carlos, “não é perfeito, o projeto, mas é melhor do que o que nós temos hoje, em vigor”, conclui.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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