Um gol em seis jogos: o que explica a seca no ataque do São Paulo
Tricolor mostra dificuldade em balançar as redes desde lesão de André Silva; problemas médicos, mudança tática e chances perdidas prejudicam sequência do setor
DE perde para o Ceará e torcida protesta no Morumb
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O São Paulo atravessa um momento difícil na temporada. Além das quatro derrotas seguidas, a equipe vive uma seca no ataque, com apenas um gol nas últimas seis partidas. As lesões dos principais centroavantes do elenco são apenas parte do problema.
O último a se lesionar foi André Silva, que rompeu o ligamento cruzado posterior e teve um estiramento no ligamento cruzado anterior contra o Atlético-MG há pouco mais de um mês. Com o camisa 17 em campo, o time marcou 60 gols em 43 partidas na temporada, uma média de 1,39 gol por jogo e aproveitamento de 58%.
Sem ele, após a lesão, os números despencaram. Com apenas um gol anotado nas últimas seis partidas, a média caiu para 0,16 gols por jogo. Sob o comando de Hernán Crespo, André Silva anotou três gols em 12 jogos.
Sua ausência afetou o time não apenas nos números, mas também na composição tática do ataque, já que a combinação de jogo com Luciano vinha funcionando muito bem. A dupla foi responsável por quatro gols nos três primeiros jogos da Era Crespo, sendo que em três dessas ocasiões quem deu a assistência foi o próprio companheiro de ataque.
A preferência de Hernán Crespo é por um time que jogue com circulação de bola, reaproximação, ocupe o lado do campo em que a jogada está sendo construída e tenha um atacante para reter a bola quando acionado. Sem essa possibilidade, o Tricolor tem sofrido.
A dupla Luciano e Ferreira não deu a liga esperada. Seja pela falta de um jogador mais de referência para reter os zagueiros, seja pela falta de um fazer movimentos que complementem o outro. Ou seja, mesmo com características distintas, os jogadores acabam ocupando a mesma faixa do campo.
Ferreira sofre quando tem que atuar pelo corredor central do campo. Outro fator que faz o São Paulo perder efetividade não está ligado diretamente a seus atacantes, mas sim aos alas que não têm características de chegar a linha de fundo pelas laterais do campo.
O Tricolor foi ao mercado na última janela de transferências e contratou Tapia e Rigoni para o setor ofensivo. Nenhum dos dois jogadores conseguiu emplacar uma boa sequência pelo São Paulo, e ambos correm por fora na briga por uma vaga no time. Há também Dinenno, único centroavante à disposição, mas que tem sido reserva na maioria dos jogos.
Outro fator que deve ser levado em consideração é a queda de produção individual dos jogadores. Luciano é o maior exemplo disso: foi de um começo arrebatador sob o comando de Crespo a um período de 13 jogos sem balançar as redes.
Questionado sobre a atual situação do camisa 10, o técnico Hernán Crespo, que em outros momentos rasgou elogios ao atacante, enxerga como natural a oscilação de rendimento de um jogador.
Lucas Moura, que voltou há dois jogos, está longe de sua forma física ideal, e esse também é um fator que impacta diretamente na má fase são-paulina. Ele e Oscar, lideranças técnicas do elenco, ficaram mais fora de combate do que disponíveis para serem escalados ao longo do ano.
Oscar fez apenas três jogos sob o comando de Hernán Crespo antes de lesionar as vértebras. O camisa 8 está em fase de readequação física e distante de retornar ao time titular do São Paulo.
Dessa forma, a combinação de lesões, mudanças táticas, falta de efetividade dos jogadores e ausência de peças chaves têm contribuído para a seca no ataque do São Paulo. A torcida clama por soluções e melhorias para que o Tricolor possa reverter esse quadro e voltar a balançar as redes com mais frequência.