Por que um candidato da família Bolsonaro seria um presente para Lula em 2026

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No cálculo político do Planalto, a demora da direita em definir o nome que disputará a Presidência em 2026 não é um problema — é um ativo. Em análise no programa Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal (assista ao vídeo acima), o cientista político Rodrigo Prando concordou que Lula ‘torce’ para que o clã Bolsonaro segure até o ano que vem o anúncio de seu candidato. Quanto mais tempo a oposição levar para organizar as tropas, melhor para o presidente. Segundo Prando, o governo acompanha com interesse a estratégia da família Bolsonaro, que pressiona para só no próximo ano bater o martelo sobre quem representará o campo conservador — e exige que um membro da família esteja na chapa, seja na cabeça ou como vice. ‘Isso é ótimo para o Lula’, disse o analista. Prando explica que, para o governo, a presença do sobrenome Bolsonaro facilita a narrativa eleitoral. O Planalto aposta em vincular a candidatura adversária ao histórico recente da família — das tarifas impostas por Donald Trump à fuga de aliados e às condenações no caso da trama golpista. ‘Tudo que o presidente Lula quer é um sobrenome Bolsonaro na disputa’, resumiu. Na avaliação do cientista político, a polarização funciona como um sistema de retroalimentação: a existência de um Bolsonaro em destaque reforça o antagonismo que impulsiona o lulismo. Sem esse elemento, a campanha perde contraste — e abre espaço para candidaturas alternativas, hoje invisíveis. Prando lembra que, apesar do esforço do Centrão para lançar rapidamente Tarcísio de Freitas com um vice de peso — como Ciro Nogueira, Tereza Cristina ou Romeu Zema — a família Bolsonaro trava qualquer definição. O resultado é um campo político disperso, sem comando e sem nomes consolidados. ‘A direita tem enorme dificuldade de consolidar um herdeiro do espólio de Bolsonaro’, avaliou. Sim. E muito. Prando destacou que qualquer adversário terá de enfrentar o político. Lula, lembrou, disputa eleições desde 1989 e esteve em praticamente todos os segundos turnos desde então. ‘Em 1989 eu tinha 11 anos e o Lula era candidato. Em 2026, terei 48 — e ele 81 — e será candidato’, disse. Com a esquerda unificada e a direita fragmentada, o segundo semestre termina, segundo o analista, em posição mais favorável ao presidente.

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