Porta de Eixo Anhanguera que abriu em movimento e matou passageira tinha problemas mecânicos

O acidente com o ônibus do Eixo Anhanguera que matou uma mulher há pouco mais de 20 dias foi causado por problemas mecânicos. A estrutura que permite a abertura e fechamento das portas estava desgastada, segundo laudo pericial apresentado pela Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (Dict). 

Documentos da Metrobus apontam que um dos motoristas alertou o setor de manutenção para problemas no rolete da porta em 26 de julho. Alguns dias depois, em 11 de agosto, uma nova reclamação de outro motorista indicou o mesmo problema. 

A delegada que acompanha o caso, Maira Barcelos, afirma que o chefe do setor de manutenções e o motorista que conduzia o ônibus no momento da tragédia serão ouvidos em breve. Segundo ela, novos laudos do veículo e do local não tem prazo para serem divulgados.

A estudante Leidiane Teixeira segurava uma marmita quando se desequilibrou durante uma curva mais fechada no trajeto e chegou a tentou segurar na porta, que abriu e ela caiu do veículo em 18 de julho na estação Palmito, no Jardim Novo Mundo. Ela chegou a ser atendida em um hospital, porém não resistiu aos ferimentos e faleceu.

À época, a Metrobus publicou uma nota lamentando o fato e informando ter começado uma apuração interna para identificar as causas do acidente. Segundo a empresa, nenhum de seus veículos roda com a porta aberta em função de um sensor que impede essa possibilidade. ”Inicialmente, já foi identificado que a porta estava fechada e em funcionamento normal no momento do acidente e abriu após sofrer um grande impacto”

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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