A porteira do condomínio de luxo em Goiânia que foi vítima de injúria racial no serviço deve seguir trabalhando no local. A mulher foi chamada de “macaca” e “chimpanzé” por um morador após ela pedir para que ele se identificasse para liberar a entrada dele no prédio. Porém, outros moradores se reuniram em defesa dela.
“Os moradores fizeram um abaixo-assinado para eu continuar. O síndico pediu para que eu ficasse. Minha segurança lá ele garantiu. Ele vai adaptar algumas coisas para que todos os porteiros, não só eu, possam ter mais segurança”, afirmou a porteira.
O fato ocorreu no último domingo, 18, em um condomínio no Setor Jardim Goiás. O síndico do prédio, Anderson Schneider, declarou que possui interesse em continuar tendo ela como funcionária: “É uma excelente profissional e gostaríamos que ela continuasse no nosso condomínio”.
De acordo com a Polícia Civil, Vinícius Pereira da Silva, que aparece nas imagens ofendendo a porteira, foi intimado para comparecer ao 8º Distrito Policial de Goiânia na manhã desta terça-feira, 20, para prestar depoimento, mas não compareceu ao local.
De acordo com o delegado Gil Bathaus, responsável pelo caso, o inquérito pode ser finalizado sem a versão do morador, caso ele não se apresente. Não foi expedido mandado de prisão contra o investigado.
“Ele não compareceu, nenhum advogado fez contato, mas é uma investigação simples. Os vídeos falam por si só, as testemunhas corroboram, ficou bastante clara a conduta de injúria racial e ameaça”, informou.
O caso
A porteira, que não quis ser identificada, informou que a discussão começou porque o morador chegou de carro em frente ao portão da garagem e piscou os faróis para entrar sem ser identificado. A trabalhadora explicou que não poderia abrir para qualquer pessoa que fizesse um sinal e por isso ele precisava se identificar, o que irritou o homem.
De acordo com a porteira, depois dela não abrir o portão, o morador foi até ela e começou a ofendê-la. A funcionária gravou o momento.
“Grava, macaca! Chimpanzé! Chipanga! Me encara, desgraça”, disse o homem à porteira.
Após ofender, o morador subiu para o apartamento que mora e ligou na portaria para continuar a discussão. Após a funcionária questionar porque estava sendo ofendida, ele disse:“Porque você não presta, desgraça. Você é uma merda, abaixo de zero”.
Ele ainda ameaçou a porteira afirmando ser policial federal e que desceria até ela armado: “Vou meter minha arma na cintura e vou aí resolver”. À TV Anhanguera, a Polícia Federal negou que ele integre a corporação.
“Aquela cena não vai sair da minha cabeça tão cedo. Ali a gente vê que ele está bem agressivo. Tem um vidro que separa bem e não tem como ele chegar até mim. Ainda bem que eu estava segura ali dentro”, afirmou a porteira.
Com informações do G1
Foto: Reprodução/TV Anhanguera