Postos pedem redução do ICMS do diesel

Representantes do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto) e empresários do ramo de combustíveis se reuniram, na quarta-feira, 20, com equipe técnica da Secretaria da Fazenda, para pedir a redução do ICMS do diesel. O argumento é de que os postos de rodovia têm amargado prejuízo por conta da concorrência com os postos de estados vizinhos. A mesma demanda já havia sido apresentada do governo do Estado em março deste ano.
Segundo o presidente do Sindiposto, Márcio Andrade, os caminhões possuem hoje autonomia para rodar até 2 mil quilômetros sem precisar reabastecer. “Assim, muitos atravessam Goiás, onde o diesel é mais caro, e deixam para abastecer nos estados vizinhos, o que tem acarretado o sucateamento dos estabelecimentos em Goiás”, argumenta Andrade. A proposta apresentada à Sefaz é de que o ICMS em Goiás seja igual ao de São Paulo, ou seja, 12%.
Atualmente, o ICMS sobre o diesel em Goiás está em 16%, o que o coloca em desvantagem no fator preço com os concorrentes vizinhos. Em Tocantins, o valor está em 13,5%, e em Mato Grosso do Sul, 12%. O prejuízo, conforme avalia Márcio Andrade é também dos cofres públicos. “Com o combustível mais caro, o posto deixa de vender e, consequentemente, o Estado deixa de arrecadar”, pontua. A estimativa é de que o prejuízo dos estabelecimentos situados nas rodovias já esteja na casa dos 40%. “Isso gera, inclusive, demissões”, esclarece.
Na reunião, os técnicos da Sefaz pediram um levantamento de todos os postos e os cálculos relativos ao impacto do ICMS no negócio. A intenção é avaliar o impacto que a redução do ICMS poderia causar aos cofres do estado. A definição, no entanto, passará, invariavelmente, pelas mãos do governador José Eliton, que deve receber o ofício entregue aos técnicos da Sefaz. “Com essa situação como está, os postos deixam de investir e o negócio deixa de ser viável”, emenda. Os combustíveis contribuem com 26,11% da arrecadação do ICMS.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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