Potencial de “terras raras” em vulcão inativo do Sul de MG impulsiona Brasil na transição energética

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‘Terras raras’: jazida sobre vulcão inativo no Sul de MG pode colocar o Brasil
na liderança da transição energética

Área de 750 km² abrange quatro municípios. Potencial de exploração torna a
Caldeira de Poços de Caldas competitiva em volume e custos com a mineração da
China, líder no segmento desde 1990.

Vulcão inativo no Sul de MG abriga jazida de terras raras
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Vulcão inativo no Sul de MG abriga jazida de terras raras

A possibilidade de exploração dos minérios conhecidos como “terras raras” na
área de um vulcão extinto há 120 milhões de anos no Sul de Minas Gerais tem
potencial para colocar o Brasil na posição de protagonista da transição
energética. Este tipo de material ganhou importância estratégica em todo o mundo
e virou, inclusive, alvo de disputas comerciais entre a China e os Estados Unidos.

As “terras raras” são um conjunto de 17 elementos químicos essenciais na
fabricação de compostos usados em tecnologias de energia limpa. Apesar do nome,
eles são abundantes na natureza. O termo “raras” se refere à dificuldade de
separá-los dos minerais onde estão presentes.

O Brasil tem a segunda maior reserva de “terras raras” do mundo, com 21 milhões
de toneladas, o equivalente a 23% do total global, segundo o Ministério de Minas
e Energia. Projetos de extração desses minérios já estão em andamento em Goiás e
Minas Gerais, mas há jazidas também no Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo e
Roraima.

O UNICÓRNIO DO VULCÃO

O depósito de “terras raras” formado sobre a cratera do vulcão extinto no Sul de
Minas Gerais se destaca pela sua extensão e quantidade. Ele também possui
facilidades de extração não encontradas em outros locais do mundo, sendo
considerada por algumas empresas de mineração “um unicórnio” – termo utilizado
para ilustrar a sua raridade e a sua singularidade.

A origem desse potencial todo é a rocha formada na época ativa do vulcão, que
é alcalina — um tipo mais frágil e mais sujeito às ações do tempo, que ao
longo de milhões de anos, se transformou em argila rica em íons de “terras
raras”.

A cratera de Poços de Caldas é a segunda maior ocorrência de rocha alcalina do
mundo. Fica atrás apenas de uma jazida na Sibéria, mas que não tem as condições
de clima e temperatura necessárias para a formação de argila iônica.

As estimativas acima, de acordo com essas empresas, correspondem apenas aos
projetos iniciais de exploração. Os estudos foram feitos somente em 15% de toda
a extensão da cratera e identificaram 2 bilhões de toneladas de argila com íons
de “terras raras”, o que garante 20 anos de mineração. Considerando as áreas
ainda não estudadas, estima-se que essa quantidade pode chegar a 10 bilhões de
toneladas.

Estas condições colocam a caldeira de Poços de Caldas como a única jazida capaz
de competir em volume e custos com a mineração realizada na China. Segundo as
mineradoras, o preço de produção deve ser de cerca de US$ 6 por quilo — o mais
baixo do mundo.

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