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Pouco mais da metade das meninas tomaram a 2ª dose contra HPV no Brasil

Última atualização 20/04/2023 | 11:10

O preconceito e a falta de informação têm dificultado a imunização dos adolescentes contra o HPV. A vacina aplicada gratuitamente na rede pública de saúde previne a infecção pelo vírus que causa câncer de colo do útero, uma das maiores causas de morte entre as mulheres brasileiras. Uma parcial estatística aponta que apenas 57,7% das jovens receberam a segunda dose e somente 27,4% receberam a dose por duas vezes. Em Goiânia, a cobertura vacinal é a 8ª pior entre as capitais, segundo a Fundação do Câncer.

 

A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% da população elegível. O grupo alvo é formado pelo público feminino de 9 a 26 anos de idade e meninos de 9 a 14 anos, pessoas com HIV positivo e transplantados entre 9 a 45 anos. São necessárias duas doses da vacina com intervalo de seis meses. As pessoas com HIV precisam de três doses.

 

Estudos indicam que cerca de 80% da população sexualmente ativa deve ser infectada pelo vírus em algum momento de sua vida. Não existe um tratamento específico contra o HPV e as lesões provocadas pelo vírus podem evoluir para doenças graves. Para muitas famílias, a vacinação é interpretada como estímulo para início da vida sexual. Campanhas de conscientização e esclarecimento pelo governo federal tentam desmistificar o assunto. Além disso, outra estratégia a ser adotada é o incentivo redobrado durante as férias escolares de julho. 

 

O desinteresse tem colocado em risco à validade dos imunizantes, já que a procura é baixa.  Na rede privada, a vacina nonavalente foi lançada neste mês ao custo de até R$ 950 a dose, sendo recomendadas três aplicações. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a chamada quadrivalente, que protege contra quatro tipos – dois deles podem causar câncer. Os imunizantes dos laboratórios particulares oferecem anticorpos contra nove tipos do HPV. Existem mais de 100 tipos desse vírus e aproximadamente 14 são cancerígenos ou de alto risco.

 

A preocupação dos especialistas é com o risco de desenvolvimento de câncer, considerando que a doença se manifesta após cerca de 20 anos da infecção por HPV. A recomendação é o uso de preservativo nas relações sexuais e realização periódica de exames nas partes íntimas para a identificação e tratamento para eliminação das lesões clínicas (verrugas na região genital e no ânus) 

 

Nas mulheres, o tradicional preventivo Papanicolau identifica a presença do vírus e permite o acompanhamento das lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu). O exame ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do vírus, no entanto, é considerado o melhor método para detectar câncer de colo do útero e suas lesões precursoras.

 

Vacinação de público-alvo contra HPV no Brasil

 

Meninas

2023: 76,3% para primeira dose / 57,7% para segunda dose 

2019: 87,08% receberam a primeira dose 

2022: 75,81% tiveram a primeira dose aplicada

 

Meninos

2023: 42,2% de primeira dose / 27,4%de segunda dose 

2022:  52,16% se imunizou com a primeira dose

2019: 61,55% tomou a primeira dose

 

Fonte: Ministério da Saúde