Prada desafia conceitos de feminilidade e beleza no outono/inverno 2025: análise da coleção na Semana de Moda de Milão

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Prada interroga ideias de feminilidade e beleza no outono/inverno 2025. A grife italiana apresentou a nova coleção feminina, criada por Miuccia Prada e Raf Simons, na Semana de Moda de Milão. Nessa quinta-feira (27/2), a Prada apresentou a coleção feminina de outono/inverno 2025/26 na Semana de Moda de Milão. Como de costume, as novidades transitam entre o minimalismo e as provocações. Desta vez, os diretores criativos Miuccia Prada e Raf Simons questionam o significado e a definição da feminilidade nos tempos atuais.

Para Miuccia e Raf, o novo compilado de peças levanta questionamentos e convida à discussão sobre noções de beleza e o que se entende por feminino. A coleção, no entanto, apresenta um lado do olhar de Miuccia Prada que, quando comparado à atual abordagem dela para a Miu Miu (grife do mesmo grupo), tem boas apostas, mas acaba ofuscado. Entre as peças, o DNA Prada parece mais evidente nos casacos.

As saias plissadas de comprimento mini, um sucesso à parte na marca vizinha (mas lá, com cós baixo), aparecem aqui em cintura alta e, de certa forma, como um aceno à Calvin Klein. Sobreviver ao frio do inverno de Nova York com elas, contudo, parece uma missão difícil. As camisas surgem com um desleixo proposital, como se quisessem se rebelar contra o dress code corporativo. Vestidos e suéteres apresentam uma cintura irregular, entre o amplo e o marcado, às vezes laços ou gola canoa.

A cintura indefinida e a beleza com aparência “por fazer” estão entre as formas que a dupla por trás da coleção questiona ideias de beleza e feminilidade. A Miu Miu viralizou com saias plissadas curtas de cintura baixa. Aqui, a “irmã mais velha” também opta pelo comprimento mini, mas o cós alto. Vestido com estampa floral que aparece na coleção da Prada para a próxima temporada de frio. A gola, em várias peças, tem formato canoa. Repare na abertura na ponta da bota, ao estilo dos sapatos “peep toe“, que expõem alguns dedos.

Como em outras coleções da temporada, a pele falsa aparece como detalhe, acrescentando volume em alguns itens, como o que parece ser um poncho verde-fluorescente. A tonalidade, na Porsche chamada de “acid green”, também está presente na coleção recente da Gucci, vale lembrar. Outra cor evidente é o marrom, também visto recentemente na passarela da Fendi. Pelo visto, marrom parece ser o novo preto, ou será que sempre foi? As calças de alfaiataria são um ponto positivo e se destacam pela finesse. Outro acerto foi a combinação de um look específico, com jeans com camisa e suéter oversized vermelho, que, entre os questionamentos propostos e a mistura de DNAs, remete ao estilo casual-chique da grife de Victoria Beckham. Alguns dos decotes das peças de cima, vale o adendo, são adornados com pingentes, presos a correntes.

Já que se propõe a questionar padrões de beleza e feminilidade, há de se questionar o casting, que reforça o corpo magro, como as musas “junkies” dos anos 1990 e 2000, ao estilo Kate Moss. Com mais uma investida grifada no verde-ácido, fica o questionamento: chegou a vez do “inverno Brat”? O marrom é outra aposta de cor para a temporada, pelo visto. Um dos acertos do desfile, o styling deste look que une jeans, camisa e suéter. Neste look, detalhe para a elegância da calça de alfaiataria e os pingentes na parte de cima.

Entre as celebridades presentes no desfile, realizado no depósito da Fondazione Prada, marcaram presença as atrizes Hunter Schafer (Euphoria), Maya Hawke (Stranger Things) e Simone Ashley (Bridgerton), e a cantora e rapper Karina, do líder grupo feminino de k-pop Aespa. A cenografia foi a mesma com estruturas metálicas do desfile do outono/inverno 2025/26 masculino, em janeiro. O design leva assinatura de Catherine Martin, colaboradora assídua da grife, que também criou o tapete estampado, com estética Art Noveau.

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