Praticante de highline que morreu após cair na Chapada dos Veadeiros tinha recorde de Goiás, diz comunidade
Segundo a comunidade, o praticante escolheu o nome da corda usada no recorde por ter sido o primeiro a atravessar. Amigo afirmou que praticante conseguiu bater a marca logo na primeira tentativa.
Amigo conta que praticante de highline que morreu tinha recorde de Goiás
Amigo conta que praticante de highline que morreu tinha recorde de Goiás
O praticante de highline, Gustavo Guimarães, 29 anos, chegou a ser o recordista da região Centro-Oeste por atravessar 800m na fita do esporte sem cair, de acordo com a Comunidade de Highline Brasil. O recorde foi registrado em Cocalzinho de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. O atleta Matheus Waeny contou que esteve com Gustavo durante o registro (veja acima).
> “Estamos aqui em uma via de 1km, seria o novo recorde do Gusta. Com certeza, todo mundo tinha fé no talento dele, que ele tinha, e a gente sabia que ele ia quebrar mais esse recorde, assim como ele quebrou junto comigo no ano passado”, afirmou Matheus.
Gusta, como era conhecido pela comunidade e amigos, morreu após cair de cerca de 50 metros de uma fita do highline enquanto praticava o esporte na Cachoeira da Usina, na Chapada dos Veadeiros, na sexta-feira (25). O recorde dos 800m foi alcançado por ele em junho de 2024. Na data, Matheus contou ao DE que a fita usada era a 3ª maior do Brasil e que o amigo alcançou a marca logo na primeira tentativa.
> “Nós montamos o maior highline do centro oeste, a 3ª maior fita do Brasil na época, e o Gusta quebrou esse recorde na primeira tentativa”, afirmou.
A comunidade explicou que é uma tradição de quem realiza a primeira travessia na fita nomear a linha que foi utilizada, que foi intitulada por Gustavo de “King Kong Baiano”, em homenagem ao atleta baiano Matheus Vidal.
Segundo Waeny, Gustavo estava se preparando para quebrar novamente seu recorde em uma fita de 1,1km, distância que o praticante sonhava em atravessar e faria novamente junto com o amigo.
Matheus também explicou que Gustavo era profundo conhecedor do esporte e trabalhava como alpinista industrial em uma empresa especializada. Ele também lamentou a perda do amigo.
> “É muito importante que as pessoas saibam que Gusta não era um simples aventureiro que não sabia o que estava fazendo e, infelizmente, sofreu esse acidente. Não. Ele era um profissional que trazia muito orgulho para a comunidade do highline, era uma personalidade um ícone conhecido e respeitado, que fará muita falta”, afirmou Matheus.
Gustavo morreu após cair de uma altura de 50 metros na Cachoeira da Usina, localizada na Chapada dos Veadeiros, segundo o Corpo de Bombeiros. De acordo com a Associação Internacional de Slackline (ISA, na sigla em inglês), ele usava a cadeirinha de segurança no momento da queda, mas o equipamento não estava preso.
Ao DE, o delegado Rafael Rossi explicou que a polícia acredita que o equipamento tenha se soltado ou que o praticante tenha esquecido de conectar a corda de segurança. O delegado afirmou que, como não houve indícios de crime, o caso não será investigado pela Polícia Civil e as circunstâncias do acidente só poderão ser comprovadas por meio da perícia Polícia Científica.
A Associação Internacional destacou que esquecer de prender o equipamento de segurança é o maior causador de mortes no esporte.
Gustavo foi sepultado no domingo (27), em Ouro Branco (MG).
Praticante de highline morreu ao cair de uma cachoeira na Chapada dos Veadeiros. Segundo a associação, Gustavo era um praticante amado pela comunidade brasileira do slackline, tendo trabalhado em grandes projetos, sendo um membro ativo que promovia acesso e incentivava muitas pessoas a praticarem o highline.
Gustavo praticava o highline desde 2020, que é uma modalidade do slackline, que consiste em atravessar uma fita especial esticada. No caso do highline, isso é feito em grandes alturas.
A irmã de Gustavo disse que está em pedaços com a partida do irmão e que o praticante morreu fazendo o que ama.
> “Gustavo morreu fazendo o que ama, ainda que a poesia disso paire sobre nossas cabeças como fantasmas”, declarou Ana Letícia em sua rede social.
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