Calor está deixando o azeite mais caro; entenda

Aumento do preço do azeite tem influência da queda da safra por conta do calor, diz especialista

Nos últimos meses, o consumidor brasileiro tem notado um salto vertiginoso no preço do azeite de oliva nas prateleiras. Mas isso não é uma exclusividade apenas nos supermercados brasileiros, os valores estão em alta também em outros países como Itália, Grécia e Portugal, segundo o Conselho Oleícola Internacional (IOC), organização que reúne os principais países produtores de azeitona e azeite de oliva. 

No Brasil, a embalagem 500 ml de azeite de oliva pode ser encontrada por preços que variam de R$30 até R$40 reais. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o azeite de oliva está entre os itens alimentícios com maior impacto mensal no IPCA, em pontos percentuais, juntamente com o arroz, o tomate a maçã e o pão francês, conforme divulgado pelo levantamento do mês de setembro de 2023

Segundo Bruno Ribeiro Abreu, consultor de assuntos econômicos e de investimentos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio), apesar de estar entre os itens alimentícios com maior aumento nos últimos meses, esse aumento não é considerado como um impacto tão direto na inflação. “O azeite tem uma porcentagem muito pequena na categoria de alimentos, quer dizer, o aumento do preço dele não impacta tanto assim, mas foi realmente um dos índices alimentares que mais subiu”, afirma.

No mesmo mês de setembro, o produto teve a maior variação de preço, um aumento de 4,99%, depois de sucessivos aumentos nos meses anteriores. Em julho passado, o azeite de oliva teve um aumento de 3,61%. A explicação é a queda no volume de produção, especialmente na Espanha, país responsável por mais de 40% da produção mundial. A queda da produção decorre das mudanças climáticas, aumentando o período de estiagem que tem afetado as plantações. 

“A disparada do preço do azeite tem uma influência direta em relação à queda da safra na Espanha, que é um dos maiores produtores do mundo, justamente por conta do calor. A Espanha é a grande exportadora mundial, chegando a exportar mais de 80% da sua produção. Se eu tiver uma redução da oferta e, ainda que a demanda se mantenha ou até aumente, o preço de qualquer produto tende a subir nos mercados”, explica o Consultor da Fecomércio.

Aumento do preço do azeite na contramão do preço da cesta básica

Mesmo o azeite de oliva não sendo item da cesta básica, o aumento do seu preço vai na contramão do que se tem observado nos preços dos itens que compõem a cesta básica. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o conjunto de alimentos básicos caiu, no mês de setembro, em 14 das 17 capitais onde o Departamento realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. 

Considerando os nove meses de 2023, o valor da cesta básica apresentou queda em 12 cidades. Entre elas, Goiânia está entre as cidades que tiveram quedas mais expressivas, -10,46%, mais do que Campo Grande, com redução de 9,12%, e Brasília, com -9,14%. “Quando se fala de inflação, a gente está falando de IPCA e, como o IPCA está sendo reduzido, até o preço da cesta básica, especialmente os de consumo mais amplo, tipo a carne bovina, tem reduzido de forma mais constante”, informa Bruno.

Apesar do azeite de oliva estar entre os itens alimentícios com maiores variações no valor que seja ao consumidor final, isso não significa que aumentou o lucro dos produtores, como explica Bruno. “Além dessa safra ter tido uma queda muito expressiva, e está tendo por conta desse fenômeno climático que a gente está vivendo e basicamente em todo mundo, o custo da produção tem se mantido ou até mesmo aumentado, o que faz com que a produção esteve praticamente empatada em muitos casos e, em outros, até prejuízo certo”, finaliza.

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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