Preço do pescado apresenta variação de mais de 333% em Goiânia

O preço do pescado durante os primeiros dias da quaresma apresentou uma variação de 333,3%, em Goiânia. Segundo o Programa de Defesa do Consumidor de Goiás (Procon), responsável pela pesquisa, o bacalhau apresentou a maior diferença de preço, variando entre R$ 34,90 e R$ 150,90. 

Outro item com grande variação de preço, de mais de 206%, foi o camarão, que foi encontrado de R$ 43,90 a R$ 134,50. A equipe do Procon Goiás também encontrou uma variação de mais de 32% no quilo do pintado, comercializado entre R$ 22,58 e R$ 29,90. 

Comparação com 2022

Nas peixarias, comparando com o ano passado, a equipe de pesquisa e cálculo do Procon Goiás constatou a elevação de 12,58% no camarão, que registrou um preço médio de R$ 38,74 em 2022. Esse ano, o preço médio foi de R$ 43,62. 

A tilápia inteira, produto bastante consumido pelos brasileiros durante a quaresma, teve aumento médio de pouco mais de 7%. Em abril de 2022, era comercializado em média a R$ 20,45 e, em março desse ano, a R$ 21,90. 

Além disso, foi possível identificar uma redução no valor de um item. É o caso do quilo do peixe pintado, que ano passado era comercializado ao preço médio de R$ 31,40 e agora ao preço médio de R$ 21,90, uma redução de mais de 20,56%. 

Ao todo, o Procon visitou 16 estabelecimentos entre os dias 23 e 27 de fevereiro, sendo pesquisados 39 itens de diferentes marcas e tamanhos. 

Orientações

O órgão alerta que o consumidor deve estar bastante atento em relação às condições de armazenamento e higiene dos produtos e do local. No supermercado, o pescado deve estar exposto em balcão frigorífico e na feira, envolto em gelo picado, sempre protegido do sol e de insetos. 

É necessário verificar se o produto tem selos de inspeção, data de acondicionamento e prazo de validade. Os produtos congelados, conforme o Procon, devem ser conservados sempre a temperaturas inferiores a -18ºC e resfriados abaixo de 0ºC. 

O consumidor pode checar se há presença de água ou piso úmido próximo ao freezer, pois isso pode ser um indicativo de que o balcão foi desligado ou teve a temperatura reduzida, o que pode acabar prejudicando a qualidade do pescado.

A aparência do pescado deve ser sempre verificada. Uma das dicas do órgão é pressionar os dedos para constatar a firmeza da barriga do peixe e observar se os olhos estão brilhantes. Também é preciso checar se as guelras estão vermelhas e se as escamas estão presas ao corpo. 

O bacalhau e outros peixes secos não devem apresentar manchas vermelhas ou pintas pretas no dorso nem umidade, o que pode indicar presença de bactérias. No caso do camarão, eles devem ser firmes e com a carapaça presa ao corpo. 

O odor deve ser o característico do produto, sem ser forte demais. No caso de lulas e polvos, a orientação é para que se adquira os de cores mais claras, pois são os mais frescos.

O consumidor deve estar atento, pois os comerciantes são obrigados a cumprir as ofertas apresentadas em anúncios ou folhetos publicitários. Na hora de registrar o produto no caixa, observe se o preço equivale à oferta divulgada.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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