Preços de alimentos em alta, apesar da grande produção e oferta, alerta FAO

Pesquisa aponta bom momento para exportação de frutas dos países emergentes

O preço global dos alimentos para importação deve subir cerca de 6% em 2017, em comparação com o ano passado. A previsão é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e consta do relatório “Panorama da Alimentação”, lançado nesta quinta-feira (9) em Roma, sobre o valor de commodities incluindo cereais, oleaginosas, pescado, carnes, frutas tropicais etc.

Em comunicado, a agência da ONU informou que a alta ocorre em meio a um cenário de larga produção e uma ampla oferta. Uma das razões é a subida do preço do transporte. A conta total será de mais de US$ 1,4 trilhão em 2017, o que representa um aumento de 6%, comparado a 2016. O Panorama da Alimentação é divulgado duas vezes ao ano, examinando a situação do mercado.

Demanda forte

O economista senior da FAO, Abdolreza Abbassian, comentou que, além do cenário favorável, a demanda mundial por alimentos ainda é forte, e que deve haver um aumento a cada ano para todas as mercadorias agrícolas à exceção do açúcar. Para o especialista, o mercado tende a ajustar os preços de forma mais equilibrada em 2018.

Segundo a FAO, as implicações socioeconômicas do aumento impactam principalmente nos países menos desenvolvidos, com alto volume de importação. A conta de importação de carnes, por exemplo, deve ficar 22% mais alta que no ano passado, chegando a US$ 176 bilhões.

Brasil, China, Costa Rica, Índia e México

O relatório da ONU prevê ainda um cenário de oportunidades para a exportação de frutas tropicais, como manga, abacaxi, mamão e abacate. Combinados, eles devem fechar este ano com um valor de US$ 10 bilhões. Somente em 2017, devem ser produzidas 92 milhões de toneladas dessas quatro frutas. Dentre os maiores produtores estão Brasil, China, Costa Rica, Índia e México.

A boa performance é promissora para o desenvolvimento rural e o combate à pobreza com mais negócios para pequenos agricultores.

Já o recorde na produção de mandioca deve ocorrer na África. Segundo o Panorama da FAO, esta é a terceira fonte mais importante de calorias em áreas tropicais, após o arroz e o milho. A África Subsaariana deve produzir 156 milhões de toneladas da raiz este ano.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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