Preços do café e dos ovos sobem; entenda os motivos

vista-lateral-de-uma-xicara-de-cafe-com-wafer-roll-cheio-de-leite-condensado-em-um-prato-de-graos-de-cafe_141793-6962

A alta nos preços do café e dos ovos no Brasil é resultado de fatores climáticos e sazonais, explicam especialistas. A oferta reduzida, aliada ao aumento da demanda, tem pressionado os valores desses produtos.

Em fevereiro, o preço do ovo de galinha registrou um aumento de 15,39%, enquanto o café moído teve alta de 10,77% em relação a janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, problemas na safra, o crescimento das exportações e o aumento do consumo estão entre os principais fatores que impulsionaram os reajustes. “O café já apresenta trajetória de alta desde janeiro de 2024 devido a dificuldades na produção. Já o aumento do ovo se deve ao crescimento das exportações, após casos de gripe aviária nos Estados Unidos, e à maior demanda com a volta às aulas. Além disso, as altas temperaturas impactam a produção, reduzindo a oferta”, afirmou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), no entanto, contesta a influência das exportações na alta do preço do ovo, argumentando que menos de 1% da produção nacional, estimada em 59 bilhões de unidades em 2024, será enviada para o exterior. A entidade destaca que as ondas de calor no país comprometem a produtividade das aves e elevam os custos de produção. O preço do milho, essencial na alimentação das galinhas, subiu 30%, enquanto os gastos com insumos e embalagens mais que dobraram.

Além dos fatores climáticos, a sazonalidade também pesa na valorização do ovo. Durante a Quaresma, muitos consumidores substituem carnes vermelhas por proteínas como ovos e peixes, o que impulsiona a demanda.

No caso do café, as altas temperaturas afetam a produção tanto no Brasil quanto em outros países exportadores, como o Vietnã. A redução na oferta global, somada ao fortalecimento do dólar, tem direcionado um maior volume da produção para o mercado internacional, reduzindo a disponibilidade no mercado interno.

Apesar do cenário inflacionário, o consumo de café torrado e moído no Brasil cresceu 1,1% entre 2023 e 2024, totalizando 21,9 milhões de sacas de 60 quilos, o equivalente a 40,4% da safra do ano passado, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). O Brasil continua sendo o segundo maior consumidor mundial de café, atrás apenas dos Estados Unidos, que consumiram 4,1 milhões de sacas a mais no mesmo período.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp