Prefeita de Mato Grosso renuncia cargo por não aceitar vitória de Lula

A Prefeita de Carlinda, no norte do Mato Grosso, Carmen Martines (União) anunciou que deixará o cargo de gestora municipal após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomar posse em 1º de janeiro. A política não aceita a derrota do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições.

Quem irá assumir o cargo será o vice-prefeito, Padre Fernando de Oliveira Ribeiro. Ao Gazeta Digital, Carmen contou que a decisão foi tomada pois não compactua com a ideologia do presidente eleito e que já foi anunciada aos gestores, renunciando o cargo em dezembro.

‘’Vou renunciar ao meu cargo, sim. Já pedi para os meus secretários organizarem todas as pastas, deixar tudo certo. Eu não compactuo com a ideologia que o presidente eleito tem. Por ser uma pessoa que falo o que penso e por estar ainda em um país democrático. Diante do meu perfil, do jeito que eu sou, se eu continuar, irei prejudicar a minha família e meus amigos.’’, disse a prefeita à reportagem.

A prefeita explicou ainda que deixará a função por medo de ser penalizada pois não respeitará as leis federais feitas pelo petista. ‘’Se caso tiver uma lei contrária a minha ideia, eu não vou cumprir, eu vou ser penalizada. Para que a minha família não sofra com isso, eu vou entregar meu mandato e seguir como qualquer cidadão’’, completou a prefeita.

Carmen foi eleita prefeita de Carlinda em 2020. Ela recebeu 4.646 votos. No pleito, Jaco de Souza Santos (PSB) ficou em segundo, com 5,36%, seguido por Francisco Andre do Prado (PT), 4,48%.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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