Última atualização 03/05/2023 | 16:47
O prefeito de Cabeceiras, Everton Francisco de Matos, afirmou que irá abrir um processo administrativo para apurar a conduta de um clínico geral, que atuou na saúde municipal nos anos de 2020 e 2021. O médico Farley Vinicius de Alcântara está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) por um suposto esquema de fraude em dados de vacinação envolvendo ajudantes do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). Ele é suspeito de ter fraudado o cartão de vacina de Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid.
“A equipe jurídica está abrindo um processo administrativo contra o profissional para apurar a situação e saber de que forma foi extraído esse cartão de vacina”, disse o prefeito.
Ainda de acordo com o prefeito, Farley havia trabalhado por credenciamento no município em 2018 e depois retornou como plantonista, clínico geral do hospital municipal da cidade. A prefeitura relata que o médico prestou serviços ao município até o mês de dezembro de 2021.
Conforme as informações apuradas pela PF, o clínico geral foi acionado pelo tio, Luís Marcos dos Reis, ex-integrante da equipe de Mauro Cid, que também é alvo da investigação da Polícia Federal. Na ocasião, Farley teria conseguido um cartão de vacinação da Secretaria de Saúde de Cabeceiras, carimbado e assinado por ele, em nome de Gabriela Cid.
No documento, foi comprovado que Gabriela teria sido vacinada com duas doses do laboratório Biotech, nos dias 17 de agosto e 19 de novembro, nas unidades básicas de saúde de Cabeceiras. Porém, de acordo com apurações feitas por meio de autorização judicial descobriram que ela não possui vacinas administradas no município.
O prefeito relatou que Farley atuava em um local diferente e distante de onde aconteciam as vacinações. Ele explica que a imunização era realizada em unidades de saúde e não no hospital municipal. Ainda de acordo com o gestor, o lugar em que o médico trabalhava, havia uma sala com cartões timbrados e em branco para preenchimento em casa de necessidade de algum paciente, em casos emergências.
“Lá tem uma sala onde ficam os cartões de vacina, caso venha a precisar de fazer qualquer emergência, esse cartão você tem como preencher lá na hora, para qualquer tipo de atendimento emergencial. Provavelmente foi extraído desse pacote que está lá timbrado. Acreditamos que se aconteceu mesmo esse preenchimento do cartão, foi extraído pelo profissional ou por alguém a pedido dele”, detalhou.