Prefeito de Cabeceiras apura conduta de médico acusado de fraudar cartão de vacina

Conversa mostra médico alvo da PF pedindo cartão de vacina em branco à enfermeira

O prefeito de Cabeceiras, Everton Francisco de Matos, afirmou que irá abrir um processo administrativo para apurar a conduta de um clínico geral, que atuou na saúde municipal nos anos de 2020 e 2021. O médico Farley Vinicius de Alcântara está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) por um suposto esquema de fraude em dados de vacinação envolvendo ajudantes do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). Ele é suspeito de ter fraudado o cartão de vacina de Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid.

“A equipe jurídica está abrindo um processo administrativo contra o profissional para apurar a situação e saber de que forma foi extraído esse cartão de vacina”, disse o prefeito.

Ainda de acordo com o prefeito, Farley havia trabalhado por credenciamento no município em 2018 e depois retornou como plantonista, clínico geral do hospital municipal da cidade. A prefeitura relata que o médico prestou serviços ao município até o mês de dezembro de 2021.

Conforme as informações apuradas pela PF, o clínico geral foi acionado pelo tio, Luís Marcos dos Reis, ex-integrante da equipe de Mauro Cid, que também é alvo da investigação da Polícia Federal. Na ocasião, Farley teria conseguido um cartão de vacinação da Secretaria de Saúde de Cabeceiras, carimbado e assinado por ele, em nome de Gabriela Cid.

No documento, foi comprovado que Gabriela teria sido vacinada com duas doses do laboratório Biotech, nos dias 17 de agosto e 19 de novembro, nas unidades básicas de saúde de Cabeceiras. Porém, de acordo com apurações feitas por meio de autorização judicial descobriram que ela não possui vacinas administradas no município.

O prefeito relatou que Farley atuava em um local diferente e distante de onde aconteciam as vacinações. Ele explica que a imunização era realizada em unidades de saúde e não no hospital municipal. Ainda de acordo com o gestor, o lugar em que o médico trabalhava, havia uma sala com cartões timbrados e em branco para preenchimento em casa de necessidade de algum paciente, em casos emergências.

“Lá tem uma sala onde ficam os cartões de vacina, caso venha a precisar de fazer qualquer emergência, esse cartão você tem como preencher lá na hora, para qualquer tipo de atendimento emergencial. Provavelmente foi extraído desse pacote que está lá timbrado. Acreditamos que se aconteceu mesmo esse preenchimento do cartão, foi extraído pelo profissional ou por alguém a pedido dele”, detalhou.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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