Prefeito de Criciúma é preso em operação que investiga corrupção em serviços funerários

Uma nuvem de apreensão pairou sobre Criciúma, município localizado no sul de Santa Catarina, na manhã desta terça-feira, 3. A operação ação, deflagrada pela Polícia Civil catarinense, mirou em um esquema de corrupção que atingiu em cheio a administração municipal. No centro das investigações, figura o nome do prefeito Clésio Salvaro, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
 
A operação, batizada com o nome impactante de “Último Adeus”, colocou em xeque a lisura na prestação de serviços funerários em Criciúma. As investigações, conduzidas com rigor pela Polícia Civil, apontam para um esquema criminoso que envolveria a participação de servidores públicos e empresários do ramo funerário. Suspeita-se que o esquema tenha desviado recursos públicos, causando um prejuízo considerável aos cofres da prefeitura.
 
O cerne da investigação reside na suspeita da prática de crimes graves, como corrupção, peculato e fraude em licitações. A Polícia Civil trabalhava com a hipótese de que empresas funerárias teriam sido beneficiadas em processos licitatórios, mediante o pagamento de propina a agentes públicos. Tais empresas, supostamente, teriam obtido vantagens indevidas, como a garantia de contratos superfaturados para a prestação de serviços funerários à população.
 
A prisão preventiva do prefeito Clésio Salvaro, decretada no âmbito da operação “Último Adeus”, representa um duro golpe para a política local. Salvaro, figura conhecida no cenário político de Santa Catarina, ocupava o cargo de prefeito de Criciúma pela quarta vez. Sua trajetória política, marcada por gestões polêmicas e acusações de irregularidades, agora ganha um novo capítulo, com a suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção que chocou a cidade.
 
A investigação, que durou meses e envolveu um trabalho minucioso de coleta de provas, culminou no cumprimento de diversos mandados de busca e apreensão, além da prisão preventiva do prefeito. Agentes da Polícia Civil realizaram buscas em endereços ligados ao prefeito e a outros investigados, na tentativa de encontrar documentos e outras evidências que possam comprovar a participação dos suspeitos no esquema criminoso.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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