Prefeito e vice de São Benedito do Rio Preto são cassados por abuso de poder político e econômico: entenda o caso

prefeito-e-vice-de-sao-benedito-do-rio-preto-sao-cassados-por-abuso-de-poder-politico-e-economico3A-entenda-o-caso

A Justiça Eleitoral do Maranhão cassou o mandato do prefeito e da vice de São Benedito do Rio Preto por abuso de poder político e econômico. A decisão foi proferida pela juíza Luciana Quintanilha Pessoa, da 73ª Zona Eleitoral de Urbano Santos (MA). Wallas Rocha Gonçalves, que já estava afastado do cargo devido ao envolvimento em um esquema suspeito de desvio de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb) no Maranhão, foi cassado juntamente com a vice-prefeita Debora Heilmann Mesquita.

As investigações apontam que o prefeito utilizou recursos do Fundeb para remunerar aliados e familiares, sem nenhum vínculo formal, em troca de apoio político. O intuito era garantir apoio de lideranças políticas e manter a sua base aliada durante o ano eleitoral. Esse comportamento comprometeu a legitimidade das eleições, configurando um ato abusivo conforme a legislação eleitoral.

Além da cassação do mandato, a justiça determinou a inelegibilidade de Wallas Rocha por oito anos, a contar da eleição de 2024. Contudo, a vice-prefeita não foi sancionada devido à falta de provas que demonstrassem sua participação no esquema de desvio de recursos. A decisão ainda prevê a retotalização dos votos após o trânsito em julgado e o envio dos autos ao Ministério Público Eleitoral para as providências cabíveis.

Wallas Gonçalves Rocha e membros do seu secretariado foram afastados por suspeitas de integrarem um esquema que desviou mais de R$ 13 milhões dos cofres públicos com o intuito de beneficiar a campanha eleitoral em 2024. A Polícia Federal realizou uma operação e cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos municípios, incluindo São Benedito do Rio Preto e São Luís. Mais de mil pessoas teriam sido beneficiadas com o esquema, segundo as investigações.

O desvio dos recursos do Fundeb já havia sido apontado em 2024, quando uma reportagem do Fantástico revelou que alunos da região sofriam com a falta de transporte e escolas precárias, enquanto milhões destinados à educação foram desviados para contas de familiares do prefeito e da primeira-dama. O município, com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), teve mais de R$ 13 milhões desviados ao longo de quase dois anos.

A apuração jornalística levou a investigações de diferentes órgãos públicos e confirmou as transferências ilegais do Fundeb para mais de 1.500 pessoas, incluindo 11 parentes do prefeito e da primeira-dama. Os documentos revelam um uso indevido dos recursos públicos, com valores chegando a mais de R$ 317 mil destinados exclusivamente a familiares do prefeito e à sua rede de apoio político.

Box de Notícias Centralizado

🔔 Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram e no WhatsApp