Prefeitura de Curitiba desapropria bares do Centro para obras de ampliação de espaço cultural
Imóveis ficam no Largo da Ordem, no espaço que faz parte do projeto Rua da Memória. Associação que representa bares solicitou aumento do prazo para que comerciantes encontrem outro endereço. Prefeitura diz que intervenção vai contribuir para a recuperação urbana da região central.
Três imóveis no Largo da Ordem, no Centro Histórico, foram desapropriados pela Prefeitura de Curitiba na manhã desta terça-feira (14), como parte do projeto de ampliação do Memorial de Curitiba e implantação da Rua da Memória. A obra vai conectar o Memorial à Casa da Memória, na Travessa Nestor de Castro.
Desde o início, seis bares da região foram afetados: Albeek, Shisha King, Boesia Bar, Lanchonete Cana Caiana, Bar e Lanchonete do Tom e Chunyu Wu. A informação foi confirmada ao DE pelo advogado que representa os empresários, Silvenei de Campos.
Até o momento, apenas o Bar do Alemão deve permanecer fora da área diretamente atingida.
Segundo a prefeitura, três imóveis foram integralmente desapropriados nesta terça-feira. Conforme o município, eles “estão sob determinação judicial para desocupação dos inquilinos e cumprimento do mandado de imissão de posse em favor do Município, que ajuizou as ações entre 2023 e 2024”.
Um dia antes, na segunda-feira (13), a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) fez um apelo público à Prefeitura e à Procuradoria-Geral do Município, pedindo mais prazo e diálogo antes do cumprimento da ordem de desapropriação.
Segundo a entidade, são 80 famílias dependentes de pessoas que trabalham nos bares, e muitos empresários não têm outro local para se instalar. Por isso, temem o fechamento definitivo dos negócios.
Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, o comerciante Benedito da Silva disse que, agora, precisa fazer a rescisão de 15 funcionários. O estabelecimento dele estava na Travessa Nestor de Castro há 24 anos.
> “Queria um prazo da prefeitura pra nós se organizar [sic.]. Por mais que eles falem que já deram prazo, a gente tem um monte de funcionário para acertar e é difícil. Depois da pandemia, depois de tudo, a gente tá numa situação meio crítica”, disse Benedito.
O que diz a prefeitura
Segundo a Prefeitura de Curitiba, os imóveis desapropriados nesta terça-feira haviam sido declarados como de utilidade pública em 2022, para que a obra pudesse ser feita. A prefeitura afirma ainda que o projeto “vai contribuir para a recuperação urbana da região central e a valorização da arquitetura de prédios e monumentos por toda a capital.”