Prefeitura de Goiânia e cooperativas viabilizam projeto-piloto de reciclagem de isopor

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A Prefeitura de Goiânia, em parceria com a Cooperativa Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis (Uniforte), iniciou projeto-piloto que viabiliza a reciclagem de isopor descartado na capital. A medida objetiva diminuir a extração de poliestireno, chamado de isopor virgem, evitar descarga do produto no aterro municipal, e aumentar a renda econômica das cooperativas.

O programa tem parceria inicial de 12 meses e é realizado em duas etapas principais. Na primeira, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) busca o material em seis cooperativas, locais onde foram feitas triagem do produto, e em seguida encaminha ao processamento. O isopor é colocado em bags com capacidade de 10 a 20 quilos. Cada viagem de caminhão suporta carga de 24 unidades.

Na segunda etapa, ocorre o processo de transformação da matéria em tarugos de isopores reciclados. O procedimento é realizado em uma máquina compacta de 900 quilos, 120 centímetros de largura por 160 centímetros de altura, e o processo acontece na unidade da Uniforte, no setor Santa Genoveva.

A presidente da Uniforte, Nair Rodrigues, acredita que a parceria com a Comurg fortalecerá o empreendimento de economia solidária. Segundo ela, a aquisição do equipamento foi uma negociação em comodato com uma empresa paulista.

“O equipamento remove o ar presente no isopor, tornando o material mais compacto, viabilizando maior carga no transporte e venda do produto”, explica.

A Rede Uniforte, que é composta por seis cooperativas, integra 20 catadores com princípios de colaboração mútua. Com esse novo programa, haverá aumento dos rendimentos dos catadores de materiais recicláveis. Depois de feito todo o processo, o material deve ser vendido em São Paulo, por um preço variável entre R$ 2,30 a R$ 2,50 cada quilo.

O presidente da Comurg, Alisson Borges, considera que, em Goiânia, há grande demanda de isopor. No entanto, fábricas e comércios sentem dificuldades em encaminhar o material à reciclagem. O motivo principal é que 98% do volume do produto é composto por ar, inviabilizando o frete deste resíduo até as centrais de reciclagem por ocupar muito espaço com pouco peso.

“Com o equipamento da Rede Uniforte e a parceria da Comurg de levar o material até o local do processamento, daremos outro destino ao isopor, evitando de ser encaminhado ao aterro”, afirma.

O especialista em logística, Roger Guedes, que também é responsável pela capacitação dos catadores em operar a máquina, garante que Goiânia tem muito material para ser reciclado. “O isopor é, na verdade, um plástico celular rígido, atóxico, inodoro e 100% reciclável. Reciclar o material ajuda a economizar recursos naturais do planeta”, comenta.

“O processo é simples, seguro e pode ser operado por apenas uma pessoa”, afirma Roger Guedes. Após colocar o isopor na máquina, dentro do equipamento, há uma faca com cinco dentes que gira e tritura o material. Os resíduos picotados descem para dentro do canhão, uma peça mecânica de eixo sem fim. O material cai no interior, onde acontece todo o processo de retirada do ar, na temperatura de 110 graus Celsius. Por fim, sai um formato cilíndrico encaracolado de três quilos, chamado de tarugo. A capacidade de produção chega a 800 quilos por dia.

Guedes acredita que o processo de triagem é mais desafiador porque o material tem que chegar o mais limpo possível na máquina. Se possível, plásticos e adesivos devem ser removidos. As embalagens não devem trazer resíduos de grãos, restos de comida, concreto, ferro e gesso. “Quando o isopor está sujo demais, não pode ser processado pela máquina, pois contamina o produto final que será encaminhado à indústria de transformação”, explica.

Cooperativas que integram o programa de reciclagem de isopor

•Cooperativa de Reciclagem de Lixo (Cooprec)

•Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis – Reciclamos e Amamos o Meio Ambiente (Cooper Rama)

•Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Material Reciclável (Fenix Carrossel)

•Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis Meio Ambiente Saudável (Coopermas)

•Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis Família Feliz (Cooperfami)

•Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável (Seleta)

 

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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