Prefeitura de Goiânia publica decreto que declara situação de emergência em decorrência do aumento de casos de dengue

Prefeitura de Goiânia publica decreto que declara situação de emergência em decorrência do aumento de casos de dengue

A Prefeitura de Goiânia publicou, nesta quarta-feira, 13, decreto de número 786/2024 que declara situação de emergência de saúde pública em decorrência do aumento no número de casos de dengue na Capital. A gestão municipal adotou a medida que vale por um período de 180 dias. Conforme dados da nona edição do Boletim Epidemiológico Arboviroses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 5.724 casos de dengue foram confirmados no município, um aumento de 52,7% em relação à edição anterior, que havia registrado 3.744 casos desde o início do ano.

Mesmo com o crescimento da doença, Goiânia ainda tem uma situação melhor que vários outros entes federativos em relação aos números. O Brasil passa por uma situação delicada em relação ao aumento no número de casos de dengue desde o início de 2024. Em Goiás, por exemplo, já são 131 de 246 municípios com situação de emergência. O próprio Estado decretou emergência no dia 3 de fevereiro. A Capital, porém, conseguiu postergar essa situação até agora por meio de uma série de ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, vacinação e trabalho árduo dos Agentes Comunitários de Endemias (ACEs).

De acordo com o decreto e, devido ao crescimento da doença por quatro semanas seguidas, fica caracterizada uma epidemia, além do registro de um óbito que confirma Nível 3 de Emergência. Para tanto, fica, com isso, estabelecida a ampliação de ações preventivas e de combate ao vetor transmissor, o Aedes aegypti, em especial aquisição pública de insumos e materiais, além da contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação anormal, respeitando a legislação.

Ainda conforme o documento, a tramitação de processos referente à epidemia da dengue se dará em regime de urgência e prioridade em todos os órgãos e entidades da administração municipal. Quanto aos servidores, o decreto prevê a contratação temporária de profissionais da saúde, bem como a manutenção dos contratos temporários vigentes, para evitar que o déficit atual do quadro de pessoal permanente afete a prestação dos serviços à população de Goiânia.

Ações

A situação da dengue em Goiânia poderia ser pior se a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não tivesse tomado uma série de ações para mitigar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. A secretaria realiza ações educativas e de mobilização por parte dos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) para orientar a população atendida pelos sete Distritos Sanitários sobre as medidas para a prevenção das arboviroses urbanas, visando despertar a responsabilidade sanitária individual e coletiva, já que 75% dos focos do mosquito, conforme dados do Ministério da Saúde (MS), se encontram dentro do ambiente domiciliar. O combate à dengue deve ser um pacto social em que toda a sociedade se envolva, cada cidadão fazendo a sua parte para evitar a proliferação do Aedes aegypti.

A força-tarefa contra o Aedes, promovida pela Prefeitura de Goiânia no mês passado, teve como resultado a visita dos ACEs em 9.062 imóveis da Região Norte da Capital. A ação, que foi realizada do dia 20 a 25 de fevereiro, integrou as atividades da primeira edição do Mutirão de Goiânia e teve como objetivo evitar a proliferação do mosquito. Ao todo, 749 focos foram encontrados neste período pelas equipes da SMS. Conforme a Diretoria de Vigilância em Zoonoses, durante as mais de 9 mil visitas em domicílios, foram realizados 18 bloqueios focais. Da mesma forma, 50 denúncias registradas pelo aplicativo “Goiânia Contra o Aedes” foram atendidas e 3.169 pneus, que estavam armazenados ou descartados de forma incorreta, foram recolhidos.

Dia D

A Prefeitura de Goiânia também integrou às ações de mobilização que foram lideradas pelo Ministério da Saúde (MS), por meio do Dia D, que ocorreu no dia 2 de fevereiro, e teve como resultado a visita em 5.936 imóveis por 800 ACEs, com a eliminação de 456 focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Durante a ação, além das residências vistoriadas, 3.656 pneus foram recolhidos.

Dentre os imóveis vistoriados, 1.953 foram da Região Sudoeste, com a eliminação de 82 focos. Na Região Noroeste, foram visitados 1.162 imóveis, sendo que 78 focos foram eliminados. Ao todo, 962 residências da Região Norte foram visitadas pelos ACEs e 64 focos foram retirados. Na Região Leste, foram 662 casas visitadas e 44 focos deixaram de existir. Na Região Sul, 525 imóveis foram vistoriados, na Região Oeste, 526, e em Campinas, 146, sendo que, nessas três regiões, 247 focos foram eliminados.

Medidas de prevenção

As principais recomendações para a população são evitar água parada em suas casas em recipientes como vasos de planta, pneus velhos, tonéis d’água, piscinas, garrafas e vasilhames, entre outros; limpar periodicamente locais como lixeiras, ralos, bebedouros de animais e outros objetos que possam acumular água; não despejar lixo irregularmente em terrenos baldios e outros locais inadequados. Em caso de sintomas como dor de cabeça, atrás dos olhos, no corpo e nas articulações; febre alta; mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo é preciso procurar atendimento médico o mais breve possível.

Quando necessário, a população pode denunciar locais com possíveis focos do mosquito da dengue por meio do aplicativo “Goiânia Contra o Aedes”, que foi desenvolvido pela Prefeitura de Goiânia. Para fazer a denúncia ou solicitação, basta baixar o aplicativo na loja de aplicativos do seu celular (Google Play ou App Store), fotografar o foco, informar o endereço e adicionar outras informações relevantes sobre o problema no local. As denúncias são encaminhadas às equipes de vigilância para combate e bloqueio do foco. O aplicativo permite que o denunciante acompanhe o andamento da solicitação.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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