Prefeitura de Salvador demite servidor preso por corrupção em operação da PF

A Prefeitura de Salvador demitiu o servidor que foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (10). Flávio Henrique de Lacerda Pimenta ocupava o cargo comissionado de diretor-geral da Direção Administrativa da Secretaria Municipal de Educação (Smed). A exoneração foi publicada no Diário Oficial do Município. Ele é suspeito de integrar uma organização criminosa acusada de crimes como fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Os policiais federais apreenderam dinheiro em espécie na casa em que ele foi detido, na capital baiana. O valor não foi divulgado. O grupo foi desarticulado no âmbito da “Operação Overclean”, deflagrada pela PF com apoio do Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e Controladoria-Geral da União (CGU). De acordo com os investigadores, os suspeitos teriam movimentado aproximadamente R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024.

Até esta tarde, 15 pessoas foram presas e mais duas são consideradas foragidas. Além disso, 43 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens na Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. As investigações constataram a prática de superfaturamento em obras e desvios de recursos com o apoio de interlocutores que facilitavam a liberação de verbas destinadas a projetos previamente selecionados pela organização criminosa. Os pagamentos de propinas eram realizados por meio de empresas de fachada ou métodos que dificultavam a identificação da origem dos valores desviados.

A Receita Federal informou que a lavagem de dinheiro era realizada de forma “altamente sofisticada”, incluindo o uso de empresas de fachada controladas por “laranjas”, que movimentavam os recursos ilícitos, e empresas com grande fluxo financeiro em espécie, usadas para dissimular a origem dos valores desviados. Relatórios elaborados pela Receita Federal apontaram inconsistências fiscais, movimentações financeiras incompatíveis, omissão de receitas, utilização de interpostos e indícios de variação patrimonial a descoberto. Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, com penas de 2 a 12 anos de reclusão, peculato, fraude em licitações e contratos, e lavagem de dinheiro, totalizando penas que podem ultrapassar 50 anos de reclusão, além das multas previstas na legislação.

O esquema criminoso descoberto pela Polícia Federal e pela Receita Federal evidencia a extensão dos desvios de recursos públicos e as práticas fraudulentas envolvidas. A atuação de Flávio Pimenta como diretor-geral da Direção Administrativa da Secretaria Municipal de Educação em Salvador demonstra a penetrante influência da corrupção em diversas esferas administrativas. A Operação Overclean expôs a magnitude do esquema criminoso, envolvendo milhões de reais desviados e a participação de várias pessoas em diferentes estados do Brasil.

A cidade de Salvador, assim como outras regiões do país, enfrenta o desafio de coibir práticas corruptas e garantir a transparência na gestão dos recursos públicos. O papel das instituições de controle e fiscalização, como a Polícia Federal, a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União, é fundamental para inibir a ação de organizações criminosas e punir os responsáveis pelos desvios milionários. A demissão de Flávio Pimenta da Prefeitura de Salvador representa uma medida necessária para cortar os vínculos do servidor com as atividades ilícitas e preservar a integridade do serviço público. É preciso fortalecer os mecanismos de prevenção e combate à corrupção para assegurar a lisura na gestão dos recursos e a eficiência das políticas públicas em benefício da população.

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Tribunal Regional Federal determina soltura de 11 suspeitos de desvio de recursos públicos na Operação Overclean, com uso de tornozeleira eletrônica.

Overclean: TRF determina soltura de 11 suspeitos de desvios milionários em recursos públicos

Empresários e servidores beneficiados pela medida deverão usar tornozeleira eletrônica. De acordo com a PF, grupo fraudou licitações e lavou dinheiro, entre outros crimes.

O Tribunal Regional Federal (TRF) determinou a soltura de 11 dos 16 presos na Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal na última semana DE. O grupo composto por empresários e servidores públicos é suspeito de desviar recursos milionários, fruto de emendas parlamentares, em licitações fraudadas.

Conforme decisão judicial, devem ser soltos:

– Alex Rezende Parente, suposto líder do grupo;
– Fábio Rezende Parente, suposto integrante do núcleo central da organização;
– Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas na Bahia (DNOCS) e também suposto integrante do núcleo central da organização;
– José Marcos de Moura, o empresário conhecido como Rei do Lixo;
– Francisco Manoel do Nascimento;
– Claudinei Quaresmin;
– Fabio Netto do Espírito Santo;
– Flávio Henrique de Lacerda Pimenta;
– Clebson Cruz de Oliveira;
– Evandro Baldino do Nascimento;
– Diego Queiroz Rodrigues.

Todos eles deverão usar tornozeleira eletrônica. Mais detalhes sobre a decisão não foram divulgados.

TRF determinou a soltura de onze dos dezesseis presos da Operação Overclean DE

DEPOIMENTOS COLHIDOS

Onze dos 16 presos na Operação Overclean foram ouvidos na segunda-feira (16), na sede da Polícia Federal, em Salvador. Até então, R$ 3.403.521,90 em espécie, além de 23 carros de luxo, três barcos, três aeronaves, seis imóveis de alto padrão, 38 relógios (alguns que valem cerca de R$ 800 mil) e joias foram apreendidos.

Em nota, a PF informou que não pode informar o conteúdo dos depoimentos dos suspeitos, que não tiveram as identidades reveladas, para não atrapalhar as investigações. Eles chegaram no local por volta das 14h e deixaram a sede do órgão cerca de três horas depois.

A reportagem da TV Bahia apurou que eles permaneceram em silêncio durante os interrogatórios.

Operação ‘Overclean’: 11 presos depõem na PF na Bahia

Veja abaixo a lista detalhada com os bens apreendidos na operação:

– R$ 3.403.521,90 em espécie;
– 23 carros de luxo;
– Três barcos de luxo;
– Três aeronaves;
– Seis imóveis de alto padrão;
– 38 relógios de luxo (alguns que custam cerca de R$ 800 mil)
– Joias (quantificação em andamento)
– Valores sequestrados: R$ 162.379.373,30 (processo em andamento)

Uma semana antes da Operação Overclean, deflagrada na terça-feira (10), a Polícia Federal apreendeu R$ 1.538.700,00 com suspeitos de desvios milionários em recursos públicos. Para os investigadores, não há dúvidas de que o dinheiro tinha origem ilícita e destinava-se ao pagamento de propinas em Brasília.

Segundo a Receita Federal, a organização criminosa usava um esquema estruturado para direcionar recursos públicos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.

A quantia apreendida dias antes da operação foi transportada em um voo particular, que saiu de Salvador para a capital federal, no último dia 3.

De acordo com a decisão judicial, que determinou a prisão de 17 suspeitos, a investigação da PF identificou que o empresário Alex Rezende Parente e o ex-coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia, Lucas Maciel Lobão Vieira, utilizavam aeronaves para transportar valores em espécie. Os dois foram monitorados desde o hangar, em Salvador, até a abordagem na capital federal.

Além de apreender o dinheiro, a PF colheu depoimentos dos suspeitos envolvidos no ato e constatou “diversas contradições”. A decisão descreve que “Alex Rezende alegou que o montante provinha de vendas de equipamentos, enquanto Lucas Lobão afirmou desconhecer a existência do dinheiro”.

Na ocasião, também foi apreendida uma planilha “contendo relação de contratos e valores, com menção a ‘MM’ (possível referência a Marcos Moura), totalizando mais de R$ 200 milhões em contratos suspeitos no Rio de Janeiro e Amapá”. Conhecido como “Rei do Lixo”, José Marcos Moura é suspeito de atuar como um dos líderes no esquema criminoso.

O DE procurou a defesa de Alex e Lucas, que preferiu não se posicionar em respeito ao sigilo profissional. Em nota emitida na terça-feira (10), o advogado Sebástian Borges de Albuquerque Mello disse que “pretende se manifestar sobre o mérito da acusação perante as autoridades competentes, no tempo e local adequados”.

QUAL A SUP…

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