Prefeitura de SP ignora Defensoria e mantém uso de reconhecimento facial no Carnaval

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Carnaval: Nunes ignora Defensoria e seguirá usando reconhecimento facial

Oficio foi encaminhado ao prefeito de São Paulo e ao secretário de Segurança
Urbana

A prefeitura de São Paulo decidiu não cumprir as recomendações da Defensoria
Pública do estado para vetar o uso da tecnologia de reconhecimento facial no
carnaval deste ano. O pedido foi recebido com “estranhamento e indignação”, segundo a administração municipal.

No ofício, a Defensoria alega que o “Carnaval de Rua deve ser entendido como
forma de exercício do direito à manifestação e liberdade de expressão” e que é
fundamental para a assegurar os direitos civis “facilitar a realização das
manifestações pacíficas, tais como o Carnaval, não podendo impor restrições
indevidas”. Eles também sustentam que a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu no ano passado um “Protocolo Modelo para que Agentes Responsáveis pela Manutenção da
Ordem Promovam e Protejam os Direitos Humanos no contexto de manifestações pacíficas”, que deixaria claros esses tipos de restrições sobre o uso do reconhecimento facial.

São seis recomendações da Defensoria Pública:

que o reconhecimento facial não seja utilizado nos blocos de carnaval;
que tecnologias digitais não sejam usadas para categorizar, perfilar ou
identificar remotamente pessoas no carnaval;
que o uso de tecnologias digitais tenha como objetivo exclusivo permitir o
direito à liberdade de reunião pacífica;
que seja garantido um registro transparente e auditável de todas as decisões
pertinentes sobre tecnologias digitais;
que não seja feita a busca de participantes de blocos durante o seu
percurso, exceto sob justificativa relevante;
que, em caso excepcional de busca por um folião, que haja o procedimento
devidamente registrado e justificado.

A prefeitura não vai seguir as recomendações. Eles dizem que o Smart Sampa —
programa de câmeras de monitoramento — vai continuar funcionando “24 horas por
dia para auxiliar na prisão de criminosos”.

“É inadmissível que um órgão público cogite impedir, no Carnaval, o funcionamento de um sistema que há meses tem levado à prisão milhares de bandidos. A Defensoria precisa explicar por qual razão quer que a população fique privada desse instrumento de segurança”, diz a nota enviada pela prefeitura à CNN.

Eles informaram ainda que o Smart Sampa já auxiliou na captura de mais de 700
foragidos da Justiça, além da prisão em flagrante de mais de 1800 pessoas, e que
o sistema funciona ainda para buscar pessoas desaparecidas.

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