Prefeitura de Ubatuba propõe realocar verba da taxa ambiental

Projeto da prefeitura de Ubatuba propõe o uso da verba da taxa ambiental em outras áreas da cidade, sendo essa a proposta em discussão atualmente. A Prefeitura de Ubatuba sugeriu que parte do valor arrecadado com a taxa seja desvinculada, permitindo que seja direcionada para “projetos com maior prioridade” que não estejam diretamente ligados ao meio ambiente. Porém, para que isso seja efetivado, o pedido precisa ser votado na Câmara Municipal de Ubatuba.

A taxa ambiental de Ubatuba é paga por turistas e tem sido usada para financiar obras de preservação ambiental e para minimizar os impactos provocados pela alta temporada na cidade. Desde o início da cobrança da taxa, em fevereiro de 2023, mais de R$ 65 milhões já foram arrecadados. Entre os primeiros investimentos realizados com o dinheiro proveniente da taxa está a implantação da coleta seletiva, que teve início em novembro de 2023 e visa reciclar 25 toneladas de lixo, contribuindo assim para a destinação correta dos resíduos.

A proposta de desvincular parte da verba da taxa ambiental para investir em projetos de maior prioridade divide opiniões entre moradores e turistas de Ubatuba. Muitas pessoas questionaram a destinação do montante arrecadado com a cobrança da taxa até o momento. O projeto de lei complementar que visa permitir a utilização de até 30% da arrecadação mensal da taxa em outras áreas ainda está em análise na Câmara Municipal.

A prefeitura de Ubatuba apresentou o projeto de lei complementar em novembro deste ano, propondo que o chefe do poder executivo tenha autonomia para transferir até 30% da arrecadação com a taxa para o tesouro municipal, sem a necessidade de aprovação do conselho de meio ambiente. Atualmente, essa possibilidade já existe, porém requer a análise e aprovação do conselho para ser efetivada. Com a nova proposta, a decisão de redirecionar a verba da taxa ambiental ficará a critério do prefeito.

Os valores da taxa ambiental de Ubatuba são calculados por diária, de acordo com o tipo de veículo, sendo cobrados a partir da leitura de câmeras instaladas nas entradas da cidade. Os custos variam conforme o veículo, por exemplo, uma moto paga R$ 3,50 por dia, um carro de passeio desembolsa R$ 13 e ônibus pagam R$ 92. Para que a proposta de desvinculação da verba da taxa ambiental seja efetivada, o projeto de lei complementar precisa ser aprovado pela Câmara Municipal de Ubatuba.

A Rede Vanguarda procurou a prefeita de Ubatuba, Flávia Pascoal (PL), para esclarecimentos sobre a justificativa por trás dessa proposta de mudança, no entanto, não obteve retorno. A discussão sobre o uso da verba da taxa ambiental em projetos de maior prioridade continua em pauta, aguardando a votação dos vereadores na Câmara Municipal de Ubatuba para que a possível alteração seja decidida.

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Pesquisa transforma milho em superalimento resistente ao calor

Cientistas alteram a genética do milho e deixam ele mais resistente a secas e altas temperaturas

O DE foi até Campinas (SP) conhecer a pesquisa. Na fase de testes, alimento tem a cor roxa, que destaca se a mudança do DNA aconteceu ou não.

Prato do Futuro: pesquisa cria milho mais resistente ao calor

Já pensou que uma bactéria poderia salvar a sua pipoquinha? Uma pesquisa tem usado a chamada agrobacterium para editar o DNA do milho e tornar ele mais resistente às altas temperaturas e às secas causadas pelas mudanças climáticas.

O estudo de edição gênica é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e, neste episódio da série Prato do Futuro, o DE foi até a unidade em Campinas (SP) para entender como ele funciona. Confira no vídeo acima.

A pesquisa promete fazer o milho tolerar até 2°C acima da sua temperatura ideal, que é entre 28°C e 30°C. Além disso, a planta precisaria de menos água, apenas 20% de sua quantidade ideal de antes da alteração.

Com isso, o cultivo poderia acompanhar a elevação da temperatura do planeta, que já é de 1°C comparado a níveis pré-industriais e deve subir ainda mais, chegando a 1,5°C entre 2030 e 2050, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Por causa do aquecimento do planeta, 8% da flora do planeta pode desaparecer das suas áreas tradicionais, afirma o relatório do IPCC.

Os resultados demonstram que as plantas modificadas tiveram um aumento de 10% da produção.

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, representando cerca de 11,7% do fornecimento mundial. O país fica atrás dos Estados Unidos (30,3%) e da China (24,1%).

Nas últimas duas décadas, a produção brasileira de milho teve um crescimento contínuo de 5,2% ao ano, mostra um estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária e da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais.

Para a safra 2024/2025, a área, que está em fase de plantio, deve se manter estável, em torno de 21 milhões de hectares, estima a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com a expectativa de recuperação na produtividade, a safra deve chegar a 119,8 milhões de toneladas.

COMO UMA BACTÉRIA PODE ALTERAR A GENÉTICA?

Na pesquisa, os cientistas utilizam a agrobacterium para editar a genética do milho. Essa bactéria tem a capacidade de reprimir ou ressaltar alguma parte do DNA das plantas, neste caso, a característica que resiste ao calor e à seca.

Para isso dar certo, a equipe precisou mapear a sequência de DNA completa do milho, ou seja, seu genoma.

Na natureza, esse micro-organismo é considerado uma praga do milharal, podendo causar tumores nos pés. Mas, no laboratório, a parte do DNA da bactéria que causa a doença é removida antes de ter contato com as células do milho.

E não precisa se preocupar, a inserção da bactéria no milho não faz mal para quem for consumir.

Qualquer alimento que teve seu genoma mapeado pode passar pela edição gênica, com a possibilidade de obter benefícios semelhantes aos observados na pesquisa com o milho.

POR QUE FAZER O MILHO FICAR ROXO AJUDA NA PESQUISA?

Para descobrir se o gene que foi alterado se desenvolveu, os pesquisadores inserem junto da agrobacterium um marcador genético, que tem a capacidade de mudar a cor dos grãos.

Assim, durante a fase de embrião, é possível ver a coloração por microscópio. Quando o milho se desenvolve, toda a espiga assume a cor.

Mas, quando o estudo for finalizado e a nova variedade for comercializada, esse marcador não será mais inserido. Portanto, o milho vai continuar sendo amarelo.

PRONTO PARA O MUNDO

Ao longo do seu desenvolvimento, a planta passa por diversos ambientes. Em sua fase mais jovem, ainda vive em meio de temperatura ideal, na sala de aclimatação, até ir para uma estufa com clima extremo.

Usando uma luz que replica as ondas solares, climas diferentes são testados, bem como a quantidade de água fornecida varia.

Os pesquisadores observam como a planta se comporta e se ela vai entrar em estresse térmico, quando não consegue mais realizar a fotossíntese corretamente. Assim, é possível entender se o experimento funcionou ou não.

As plantas que se mostram resistentes têm sua genética replicada por meio de polinização.

Os testes também incluem o plantio em lavoura, para ver se o milharal sobrevive no mundo real.

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Foto: Bárbara Miranda | Arte DE

CRÉDITOS DESTE EPISÓDIO DA SÉRIE ‘PF: PRATO DO FUTURO’

* Coordenação editorial: Luciana de Oliveira
* Edição e finalização de vídeos: Marih Oliveira
* Narração: Vivian Souza
* Reportagem: Vivian Souza
* Produção: Vivian Souza
* Roteiro: Vivian Souza
* Coordenação de vídeo: Tatiana Caldas e Mariana Mendicelli
* Coordenação de arte: Guilherme Gomes
* Direção de arte e ilustrações: Luisa Rivas e Verônica Medeiros
* Fotografia: Rafael Leal
* Motion Design: Verônica Medeiros e Thalita Ferraz
* Ilustrações: Bruna Rocha, Maria Laura Silva, Luisa Rivas e Thalita Ferraz

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