A prefeitura do Rio de Janeiro aplicou uma multa de R$ 4,9 milhões ao Consórcio Intersul de ônibus, devido ao descumprimento contratual em relação à paralisação dos funcionários das empresas Real Auto Ônibus e Transportes Vila Isabel ocorrida em setembro. Essa punição foi anunciada no Diário Oficial nesta terça-feira, e uma nova greve, que já dura mais de 36 horas, motivou a abertura de um novo processo administrativo pela Secretaria Municipal de Transportes (SMTR).
O Consórcio Intersul, do qual fazem parte as empresas Real e Vila Isabel, foi penalizado por não cumprir cláusulas contratuais que exigem a operação regular das linhas de ônibus, além do cumprimento de obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias. Em setembro, vinte linhas foram suspensas devido à paralisação dos funcionários, que reivindicavam o pagamento de férias atrasadas, vales-alimentação e Fundo de Garantia não depositados. A greve durou parte da manhã e início da tarde, até que um acordo fosse alcançado entre o Sindicato dos Rodoviários e as empresas.
Três meses depois, uma nova paralisação ocorre, com mais de 36 horas de duração. Enquanto os rodoviários da Vila Isabel voltaram ao trabalho na segunda-feira, os da Real continuam em greve, exigindo o pagamento das férias atrasadas desde outubro. Com apenas 20 ônibus da Real saindo da garagem pela manhã, nove linhas foram afetadas pela paralisação.
As empresas Real e Vila Isabel divulgaram uma nota conjunta refutando a ideia de que a greve esteja relacionada a atrasos de salários ou benefícios. Elas afirmam que os salários dos funcionários ativos estão em dia e que o vale-alimentação foi creditado, não havendo pendências neste sentido. Ambas as empresas estão em recuperação judicial e enfrentam dificuldades financeiras.
Para minimizar o impacto da greve nos passageiros, a SMTR recomendou o uso do metrô e do VLT para deslocamentos entre diversos bairros da cidade. Além disso, houve reforço na operação de 15 linhas municipais para atender aos usuários que tiveram suas rotas afetadas pela paralisação. Enquanto algumas linhas operam parcialmente, outras estão suspensas devido à greve dos funcionários das viações Real e Vila Isabel.
A situação das empresas de ônibus no Rio de Janeiro reflete a instabilidade enfrentada pelo setor de transporte público na cidade. Com greves frequentes e problemas financeiros, os passageiros são os principais prejudicados, enfrentando dificuldades para se locomover no dia a dia. Resta aguardar uma solução para o impasse entre as empresas, os funcionários e a prefeitura, a fim de garantir um serviço de transporte de qualidade para a população carioca.




