Após 5 mil furtos em 1 ano, Rio começa a trocar tampas de bueiro por modelo de plástico
A cidade já instalou 11 peças feitas de polietileno de alta resistência em áreas críticas como Centro, Zona Sul e Zona Norte. Em 2024, mais de 5 mil grelhas de ferro foram furtadas, resultando em um prejuízo de quase R$ 2 milhões para os cofres públicos.
Com mais de 5 mil grelhas de ferro furtadas só no ano passado, a Prefeitura do Rio de Janeiro iniciou testes com um novo modelo de tampa de bueiro, feito de plástico resistente e sem valor comercial para desestimular os roubos. Ao todo, 11 unidades já foram instaladas em pontos críticos da cidade, como o Centro, Botafogo e, mais recentemente, na Avenida Edgard Romero, em Madureira.
As novas grelhas são feitas de polietileno de alta resistência, um derivado do plástico, que suporta até 25 toneladas, mesmo sendo muito leve, explicou o secretário municipal de Conservação, Diego Vaz.
Os bueiros – também chamados de bocas de lobo – são essenciais para o escoamento da água da chuva nas ruas, mas vêm se tornando alvos frequentes de criminosos por todo o município. Os furtos colocam em risco motoristas e pedestres, principalmente idosos.
É um risco de queda, ainda mais para pessoas mais velhas. A visão já não é muito boa”, alertou a aposentada Sônia Campos.
Segundo a Secretaria de Conservação, cada grelha de ferro custa um pouco mais de R$ 300. Em 2024, foram registrados 5.703 furtos, resultando em um prejuízo de R$ 1.808.934,57.
A proposta de substituição das tampas metálicas por plásticas já é utilizada em outras cidades como São Paulo e Recife. No Rio, a prefeitura planeja estender o uso do novo modelo para bairros da Zona Oeste, Norte, Centro, Tijuca e Ilha do Governador.
Já estamos preparando a licitação para ampliar o uso do novo modelo em mais áreas da cidade do Rio e cessar a reposição do material”, afirmou Diego Vaz.
Essa não é a única medida adotada pela prefeitura para combater o furto de equipamentos públicos. Em 2022, estruturas metálicas começaram a ser instaladas em postes de sinais e controladores de trânsito para dificultar o roubo de cabos de cobre.
Apesar das iniciativas, os moradores clamam por medidas mais eficazes e ações contra os receptadores.
Não é apenas combater os furtos, é também combater onde os produtos são vendidos, disse o funcionário público Jeferson dos Santos.
A Polícia Civil afirmou que realiza fiscalizações diárias em ferros-velhos e investiga desde os autores dos furtos até as metalúrgicas que compram os materiais. Desde setembro do ano passado, mais de 260 ferros-velhos foram vistoriados, resultando em 90 prisões e 250 toneladas de fios de cobre e metais apreendidos.
A Polícia Militar informou que tem intensificado o policiamento ostensivo com patrulhas nas áreas mais afetadas pelos crimes.