A Prefeitura do Rio de Janeiro decidiu remover as fotos de 49 crianças vítimas de mortes violentas que haviam sido colocadas na Curva do Calombo, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no último sábado (28). O memorial foi instalado pela ONG Rio de Paz, juntamente com uma faixa contendo dados sobre os crimes. No entanto, a administração municipal afirmou que não foi consultada pelo grupo organizador antes da montagem, o que motivou a retirada do material do local.
Após a retirada das imagens, a ONG Rio de Paz foi informada por um seguidor que passava pelo local e comunicou a situação pelas redes sociais. Segundo a organização, desde o ano de 2020, 49 crianças foram vítimas de tiros e perderam a vida no Estado do Rio de Janeiro. O caso mais recente foi o de Diego Vieira Fontes, de apenas 4 anos, que foi morto juntamente com seus pais na última segunda-feira (23), na cidade de Paty do Alferes.
Além do memorial em homenagem às crianças vítimas da violência, também havia um protesto em andamento contra as mortes de policiais militares no mesmo local. A prefeitura informou que está avaliando a possível retirada desse outro memorial. A atitude da administração municipal gerou indignação por parte da ONG Rio de Paz, que realizou o ato na Lagoa Rodrigo de Freitas como forma de protesto contra a morte de crianças por balas perdidas.
Essa ação da prefeitura do Rio de Janeiro gerou polêmica e repercutiu nas redes sociais, dividindo opiniões entre os cidadãos. A remoção das fotos das crianças vítimas de violência da Lagoa Rodrigo de Freitas foi considerada por alguns como um desrespeito à memória dessas vítimas, enquanto outros defendem que a gestão municipal tem o direito de intervir em instalações não autorizadas. A discussão sobre a importância do espaço público para manifestações e homenagens continua em pauta na cidade.
Diante desse cenário, a população carioca aguarda por um desfecho que resolva a situação de forma justa e respeitosa para ambas as partes envolvidas. A Prefeitura do Rio de Janeiro reforçou que reconhece a importância da homenagem realizada pela ONG Rio de Paz, mas ressalta a necessidade de diálogo e autorização para esse tipo de instalação em locais públicos. Enquanto isso, a sociedade civil acompanha atentamente o desenrolar desse episódio que expõe a complexidade das relações entre poder público, organizações sociais e manifestações populares.