Premiê britânica diz que não irá renunciar

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse nesta sexta-feira 6) que contribui para uma “liderança serena” do país e que conta com o “pleno apoio” de todo o seu governo, depois que veio à tona que 30 deputados conservadores querem que ela renuncie por entender que não tem autoridade para continuar dirigindo o partido.

“O que o país necessita é de uma liderança serena e é esta a minha contribuição, com o pleno apoio do meu gabinete”, disse a líder conservadora aos meios de comunicação, nos arredores de Londres.

May acrescentou que informará aos deputados na semana que vem sobre o seu recente discurso em Florença (Itália) sobre o “Brexit” e que informará seus planos para controlar os preços da energia.

A primeira-ministra fez essas declarações depois que Grant Shapps, ex-presidente honorário do Partido Conservador britânico, revelou que até 30 deputados conservadores querem a sua saída. Shapps declarou hoje à emissora BBC que ele mesmo lidera as tentativas para convencer May a deixar a liderança do partido.

Para ele, a primeira-ministra é uma “pessoa honrada”, mas que “fez uma aposta arriscada” ao convocar eleições antecipadas em junho, e terminou perdendo a maioria parlamentar. “Tivemos um resultado que não foi o que todo o mundo queria, ou pelo menos o que ela queria e previa. Às vezes, quando as coisas acontecem, alguém tem que assumir a responsabilidade”, afirmou Shapps.

Theresa May se enfraqueceu politicamente após decidir convocar inesperadamente as eleições gerais em junho, com o objetivo de conseguir aumentar sua maioria parlamentar e ter uma liderança forte para enfrentar as negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.

No entanto, o tiro saiu pela culatra, já que os conservadores perderam a maioria absoluta, o que obrigou May a governar em minoria e negociar um pacto com os dez deputados do Partido Democrático Unionista, da Irlanda do Norte, para contar com o seu apoio nas votações importantes.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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