No estado do Paraná, mais de 100 espécies de animais estão enfrentando um risco crítico de extinção. Entre essas espécies ameaçadas estão a onça-pintada, o tamanduá-bandeira, a anta e o veado-campeiro. Essa preocupante situação foi identificada por um relatório que aponta a proteção da biodiversidade como a ‘chave’ para a preservação dos ecossistemas. O biólogo Roberto Fusco destaca a importância de proteger esses animais para evitar a extinção e manter o equilíbrio ambiental.
No cenário paranaense, animais simbólicos como a onça-pintada, tamanduá-bandeira, anta e veado-campeiro correm um risco ainda maior de desaparecer do que a nível nacional. Atualmente, 116 espécies foram classificadas como Criticamente em Perigo (CR) pelo Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado. Essa designação indica que estão enfrentando um risco extremamente alto de extinção na natureza, antes de serem consideradas regionalmente extintas.
As principais ameaças à fauna paranaense são a caça ilegal, o desmatamento e a expansão agrícola sobre florestas. De acordo com o coordenador do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, Roberto Fusco, esses fatores têm contribuído significativamente para a redução das populações dessas espécies ameaçadas. A fragmentação das florestas e a falta de conectividade entre os habitats também são desafios enfrentados pela fauna nativa.
A degradação e fragmentação das florestas no Paraná resultaram na formação de várias “ilhas” ambientais, que representam graves obstáculos para a sobrevivência dos animais. A conservação dos maiores remanescentes florestais do estado é essencial para a preservação da biodiversidade local. Áreas preservadas, como a Serra do Mar, o Vale do Ribeira, os Parques Nacionais do Iguaçu e de Ilha Grande, desempenham um papel crucial na proteção dessas espécies ameaçadas.
Além das ameaças locais, como a caça ilegal e o desmatamento, as espécies nativas do Paraná enfrentam desafios relacionados a doenças e zoonoses. A perda de habitat torna a fauna mais vulnerável a doenças como a febre amarela, que pode ter impactos devastadores em primatas sensíveis, como o bugio-ruivo e o bugio-preto. A interação com animais domésticos também representa um risco significativo para a transmissão de doenças entre espécies silvestres.
A expansão agrícola, especialmente impulsionada pela cultura da soja, tem contribuído significativamente para a degradação dos habitats naturais no Paraná. O uso de agrotóxicos, a conversão de áreas para agricultura e pastagem, bem como a expansão da monocultura, ameaçam diretamente a sobrevivência de diversas espécies locais. A proteção da biodiversidade é fundamental não apenas para a conservação das espécies, mas também para a manutenção dos ecossistemas e da qualidade ambiental.
Para Roberto Fusco, a preservação da biodiversidade é essencial para garantir não apenas a sobrevivência das espécies ameaçadas, mas também a saúde dos ecossistemas como um todo. As ações de conservação, proteção dos habitats e redução das ameaças externas são cruciais para reverter o quadro de extinção dessas espécies. O biólogo destaca a importância de se pensar globalmente e atuar localmente em prol da preservação da biodiversidade e da manutenção dos ecossistemas naturais.




