Presidente afastado da UPBus é preso novamente por suspeita de ligação com o PCC

presidente-afastado-da-upbus-e-preso-novamente-por-suspeita-de-ligacao-com-o-pcc

Presidente afastado da empresa de ônibus UPBus é preso novamente após prisão
decretada pela Justiça

Ubiratan Antônio da Cunha é investigado por suspeita de organização criminosa e
lavagem de dinheiro para o PCC.

Ubiratan Antônio da Cunha, presidente afastado da empresa de ônibus UpBus, da
Zona Leste de São Paulo.

O presidente afastado da empresa de ônibus UPBus, da Zona Leste de São Paulo,
foi preso novamente na noite de segunda-feira (7), após ter se entregado na
delegacia do Itaim Paulista.

A prisão foi decretada pela Justiça. Ubiratan Antônio da Cunha,
de 54 anos, responde a um processo por suspeita de organização criminosa e
lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC). A reportagem não
conseguiu localizar a defesa dele.

Segundo a investigação, a lavagem era feita por meio da empresa de ônibus então
presidida por ele e que foi alvo de intervenção da Prefeitura de São Paulo após
operação “Fim da Linha”, do Ministério Público de São Paulo.

A empresa teve o contrato rompido com a SPTrans em processo que começou em
dezembro do ano passado. Junto com a Transwolff, as duas empresas foram
proibidas pela gestão Ricardo Nunes (MDB) de prestarem serviço público na
cidade em janeiro.

Ubiratan se entregou por volta das 23h30 no 50° Distrito Policial, na Zona
Leste, acompanhado do advogado de defesa Anderson Minichillo de Araújo.

As empresas Transwolff e UPBus alvos de processo administrativo.

Em 19 de fevereiro, a prefeitura negou o último recurso apresentado pelas
empresas Transwolff e UPBus no processo administrativo contra o encerramento do
contrato delas de transporte de passageiros. Com isso, os contratos foram
rompidos.

Juntas, elas atendiam a mais de 600 mil passageiros por dia nas Zonas Sul e
Leste da capital. A Transwolff era responsável por 142 linhas de ônibus da Zona
Sul, com 1.146 veículos que transportavam uma média de 583 mil passageiros por
dia. Já a UPBus tem frota de 158 ônibus para atender 13 linhas e transportar 73
mil passageiros por dia na Zona Leste.

As linhas operadas pelas empresas já estavam sob intervenção municipal por,
segundo a prefeitura, não cumprirem integralmente os contratos. Em dezembro de
2024, a gestão municipal deu início aos processos para romper os contratos. No
final de janeiro, a prefeitura já tinha proibido as duas de operarem linhas de
ônibus na capital.

Em abril do ano passado, uma operação realizada pelo Ministério Público, Polícia
Militar, Receita Federal e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade) prendeu dirigentes das duas empresas de ônibus por suspeita de envolvimento com o PCC. De lá para cá, uma investigação detectou
inconformidades financeiras e operacionais.

Durante quase cinco anos de investigação, os promotores reuniram indícios de que
as empresas eram usadas pela facção criminosa para lavar dinheiro do tráfico de
drogas e de outros crimes.

A suspeitas de que o crime organizado estava infiltrado no transporte público de
São Paulo vêm desde os anos 1990, quando parte do sistema era operado por
perueiros clandestinos, que faziam o trajeto entre os bairros mais afastados e
os terminais de ônibus.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp