A crise econômica vivida pelo Brasil afeta todas as esferas do poder, contudo, ela se reflete principalmente nos municípios. Donas da menor fatia do bolo de impostos pagos pela população, as cidades sofrem com a carência em setores de saúde, infraestrutura e educação.
Para melhorar a situação financeira caótica dos municípios do país há muito se discute uma revisão do pacto federativo. Gestão após gestão os prefeitos anseiam por esta medida. Porém, segundo o presidente da Associação Goiana de Municípios e prefeito de Hidrolândia, Paulo Sérgio de Rezende, não houve nenhum avanço na revisão.
“O presidente Temer dizia antes de assumir o seu mandato que iria rever o pacto federativo. Isso não aconteceu. Hoje, dos nossos impostos, 64% vão para o governo federal, 24% para o governo estadual e apenas 12% para os municípios”, expôs.
O efeito colateral, conforme explica Rezende, recai especialmente sobre os prefeitos. “É no município que as pessoas vivem, que elas precisam de atendimento. Os prefeitos são os pára-brisas. A população não consegue cobrar do presidente Temer, mas ela tem um contato direto com o prefeito e o cobram o tempo todo”, disse.
Goiás Na Frente
Apesar das dificuldades impostas pelo momento do país os municípios goianos têm mais motivos para comemorar. Neste ano, o Governo do Estado lançou o programa Goiás Na Frente, que tem injetado bilhões de reais revertidos em obras nas cidades. “Os presidentes de outras associações estaduais de municípios ficam incrédulos com os convênios firmados pelo Goiás Na Frente”, brincou o presidente da AGM.
Paulo Sérgio de Rezende destacou que a iniciativa estadual deu aos prefeitos a chance única de conceder benfeitorias à população.
“Os prefeitos estão tendo oportunidade de fazer obras nas cidades. Os prefeitos não conseguiriam, mesmo sendo bons gestores, fazer as obras que estão fazendo se não fosse essa verba. Nós prefeitos agradecemos muito ao Governo do Estado pela parceria”, afirmou.
Para assinar os convênios, porém, as prefeituras precisam seguir uma série de exigências do Governo Estadual, como, por exemplo, apresentar certidões negativas de débitos. O presidente da AGM lamenta que muitas municípios não têm conseguido cumprir os requisitos, mas ressalta que a associação tem trabalhado para ajudar os prefeitos a regularizar a situação.
“A AGM tem o papel de mostrar para o prefeito as dificuldades dos convênios, de fazer os cálculos e conseguir as certidões. Muitas prefeituras têm tentado assinar convênios, mas não têm conseguido por conta das gestões passadas. A AGM tem conversado com os prefeitos para que eles possam regularizar a situação de suas prefeituras e firmarem o convênio com o Estado”, explicou.
Hidrolândia
Mesmo com todas as dificuldades relatadas, Paulinho se disse feliz de ser o gestor de Hidrolândia. O prefeito destacou que, embora os recursos sejam escassos, tem devolvido obras para a população.
“ Com todas as dificuldades que os municípios estão atravessando, entreguei uma benfeitoria de 20 em 20 dias para a população de Hidrolândia. Ou entreguei uma praça, ou uma calçada, ou uma ambulância, ou uma escola. Estamos fazendo um grande hospital. Uma obra maravilhosa. Estou terminando uma grande escola feita com recursos federais. Também uma Casa do Idoso”, enumerou.
O trabalho à frente da AGM credenciou o prefeito de Hidrolândia a alçar voos maiores na política. Contudo, quando questionado sobre uma possível candidatura a deputado, Rezende negou prontamente.
“Eu acho que a pessoa que tem mandato, tem que cumpri-lo. Não posso deixar meu mandato na metade para procurar outro mandato. Fui eleito para ser prefeito, tenho que cumprir meus quatro anos como prefeito”, asseverou.