Na última semana, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar, prestou depoimento na Polícia Federal após sua prisão por obstrução à investigação. Durante o interrogatório, ele foi questionado sobre sua omissão em comunicar às autoridades sobre a retirada de pertences de sua residência por TH Jóias, um deputado estadual suspeito de envolvimento com o crime organizado. Bacellar se recusou a colaborar, afirmando que não estava ali para entregar colegas e que não protegeria quem estivesse agindo de forma ilícita.
A Polícia Federal passou a investigar um possível vazamento da operação contra TH Jóias após encontrar indícios de que ele teria fugido à pressa de sua casa. Bacellar foi preso em flagrante, em outro endereço na Barra da Tijuca, e a polícia encontrou evidências de que ele teria alertado o colega sobre a operação em andamento. Além disso, há suspeitas de que o presidente da Alerj tenha orientado TH Jóias a destruir provas que poderiam incriminá-lo.
Durante o depoimento, o delegado questionou Bacellar sobre sua omissão em informar as autoridades sobre a operação em andamento. O presidente da Alerj admitiu que não comunicou a Polícia Civil nem o Ministério Público, alegando não estar ali para entregar colegas. No entanto, diante das evidências levantadas pela polícia, sua conduta passou a ser investigada como obstrução à justiça.
Bacellar foi preso pela Polícia Federal sob a acusação de vazar informações sobre a operação policial contra TH Jóias e orientá-lo a se livrar de provas incriminadoras. O deputado em questão enfrenta diversas acusações, como tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e negociação de armas com facções criminosas. A prisão de Bacellar foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, responsável por julgar casos envolvendo parlamentares.
No contexto da operação ZARGUN, que resultou na prisão de TH Jóias, foram identificados crimes relacionados à atuação do deputado estadual em favorecimento ao crime organizado. Ele é suspeito de intermediar a compra e venda de drogas, armas de fogo e equipamentos para membros de facções criminosas, como o Comando Vermelho. Além disso, teria indicado a esposa de outro traficante preso, conhecido como Índio do Lixão, para um cargo parlamentar.
Diante de todo o escândalo envolvendo a prisão de Bacellar e as investigações em curso, a Alerj se vê diante de uma crise institucional. O caso levanta questionamentos sobre a conduta dos parlamentares e a relação entre política e crime organizado no estado do Rio de Janeiro. As autoridades competentes seguem apurando os fatos e buscando responsabilizar os envolvidos na trama criminosa que envolve membros da assembleia legislativa e facções criminosas.




