Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Paulo Bertolini, disse à CNN que a decisão de zerar alíquota da importação é uma medida “inócua” de acordo com sua avaliação. A medida do governo em zerar impostos de importação de alimentos foi vista como um erro de diagnóstico e de remédio pelo presidente da Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho), Paulo Bertolini.
De acordo com o dirigente, a decisão é considerada ineficaz e não terá efeitos práticos. Ele argumenta que o Brasil é um dos maiores exportadores de milho do mundo, e portanto, não há falta do produto no país. A alíquota de importação do milho foi reduzida de 7,2% para 0%, o que para Bertolini é um sinal de que o governo “não sabe o que faz”.
O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China, o que reforça a argumentação de Bertolini sobre a desnecessidade de importar o produto. Além do milho, outros produtos como a carne, o café, o açúcar, os óleos de girassol e palma, o azeite e a sardinha também terão os impostos de importação zerados.
Em entrevista à CNN, o presidente da Abramilho questionou a necessidade de importar milho, visto que o produto é barato e há disponibilidade no mercado interno. Ele levantou a questão sobre importar de países como os Estados Unidos, ressaltando que não há escassez de milho no Brasil.
A CNN entrou em contato com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, responsável pelo anúncio das medidas do governo para tentar controlar o aumento do preço dos alimentos. O espaço está aberto para posicionamentos do ministério sobre a decisão de zerar as alíquotas de importação para alimentos. O presidente da Abramilho reforçou que a medida do governo foi um erro tanto no diagnóstico da situação quanto na escolha do remédio para o problema.