O presidente da Câmara de Ipojuca, Flávio do Cartório (PSD), é alvo de uma investigação que apura um suposto desvio de R$ 27 milhões em emendas parlamentares. Durante três anos, ele repassou cerca de R$ 12 milhões em emendas para uma associação ligada a ele mesmo. A Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) estão apurando o caso, que levou à prisão de Flávio do Cartório, suspeito de lavagem de dinheiro.
Além do presidente da Câmara, o vice-presidente, Professor Eduardo (PSD), também foi preso por suspeita de envolvimento no esquema de desvio. Flávio do Cartório é apontado como proprietário do Instituto Filhos de Ipojuca, uma entidade que inicialmente recebia repasses menores para projetos esportivos, mas que depois passou a receber valores milionários ao incluir serviços de saúde em suas atividades.
As investigações revelaram que Flávio do Cartório teria declarado em uma prestação de contas que a associação era dele, além de ter contas de luz em nome próprio ou de seu pai. A Operação Alvitre, que resultou na prisão dos envolvidos, também apreendeu uma pasta contendo anotações que indicavam um possível esquema de “rachadinha”, incluindo nomes de servidores da Câmara e valores que somavam R$ 345 mil.
As apurações apontam que os recursos públicos destinados a associações de fachada localizadas em outras cidades, sem competência técnica para executar os projetos contratados. Além disso, o Instituto de Gestão de Políticas Públicas do Nordeste (IGPN) teria recebido pelo menos R$ 6,3 milhões em recursos das emendas parlamentares desviadas. Advogadas, executivos e presidentes de entidades sem fins lucrativos também são investigados por envolvimento no esquema.
O Instituto Nacional de Ensino, Sociedade e Pesquisa (Inesp), também conhecido como Faculdade Novo Horizonte, foi citado no inquérito como mais uma empresa utilizada pelo grupo criminoso para desviar verbas através de cursos de capacitação. O empresário Gilberto Claudino da Silva Júnior, gestor da Faculdade Novo Horizonte, foi preso após ser apontado como coordenador dos desvios.
Com a prisão de diversos envolvidos e a continuidade das investigações, espera-se que a justiça seja feita e que os responsáveis por desvios milionários de verbas públicas sejam responsabilizados pelos seus atos. A população de Ipojuca e de Pernambuco aguarda por transparência e rigor no combate à corrupção e desvios de recursos, visando o bem-estar e o desenvolvimento da região. O caso reitera a importância da fiscalização e do controle social sobre a gestão pública.




