US$ 25 bi iniciais podem destravar os US$ 100 bi, diz presidente da COP30

Embaixador André Corrêa do Lago avalia que mercado espera investimento inicial
em torno do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF)

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da Conferência das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima 2025 (COP30), afirmou nesta segunda-feira (31) que a
arrecadação do fundo de investimentos Fundo Florestas Tropicais para Sempre
(TFFF) pode ser destravada com a captação inicial de US$ 25 bilhões.

De acordo com Lago, há uma interlocução com o mercado, e a expectativa é de que
os outros US$ 100 bilhões necessários surjam após a obtenção do valor inicial.

“O que temos ouvido do mercado financeiro que o que está faltando é na realidade
esses primeiros 25 bilhões [de dólares] que precisam entrar para que tenham a
expectativa de mais 100 bi“, declarou o embaixador durante entrevista ao
programa Roda Viva, da TV Cultura.

“O que eu reconheço é que neste momento o que está faltando é esse
comprometimento de fundos soberanos para esses primeiros 25 [bilhões de
dólares). Mas eu ouço dos investidores que tendo esse 25 de início, aparecerão
100”.

O objetivo do fundo soberano — que pertence ao governo — é captar US$ 125
bilhões.

O TFFF foi inicialmente apresento em 2023 pelo Brasil na COP28,
sediada em Dubai, nos Emirados Árabes. O fundo é uma das iniciativas do governo
federal que compõem o Plano de Transformação Ecológica (PTE), liderado pelo
Ministério da Fazenda.

O projeto também conta com uma parceria técnica com o Banco Mundial e com
Alemanha, Colômbia, Emirados Árabes, França, Noruega e Reino Unido.

“Esses fundos soberanos, uma parcela de investimentos de fundo soberanos, eles
não esperam mais que 3% ao ano“, continuou o presidente da COP30.

“A ideia é ter o TFFF que dá essa renda que os outro fundos não dão e que será
gerida de uma maneira que os excedentes serão utilizados para a conservação de
florestas.”

A proposta é que o TFFF opere por meio de financiamento misto: 20% seriam
subsidiados por países patrocinadores para atrair o capital privado. Já os
outros 80% viriam do mercado financeiro.