Presidente da COP30: U$ 1,3 trilhão para financiamento climático em debate

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Presidente da COP30: US$ 1,3 trilhão não sairá do bolso de países desenvolvidos

Embaixador André Corrêa do Lago menciona novas formas de “financiamento climático” e nega que quantia sairá do orçamento das nações desenvolvidas para as em desenvolvimento

O presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), embaixador André Corrêa do Lago, afirmou nesta segunda-feira (31) que a captação de U$ 1,3 trilhões para financiar a COP30 em Belém não será arcada pelos “países desenvolvidos”.

“Há um grande debate sobre quais são esses recursos, como é que você define o que seria o financiamento climático”, disse o presidente em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

“Claro que quando a gente fala de U$ 1,3 trilhão, e a gente fala de U$ 1,3 trilhão a partir de 2035, é um valor que evidente não vai sair do bolso ou do orçamento dos países desenvolvidos para ir para os países em desenvolvimento”.

O financiamento de US$ 1,3 trilhão surge de um acordo entre os governos do Brasil e do Azerbaijão — que sediou a última edição da conferência em 2024, em Baku — para apoiar países em desenvolvimento em meio a crise climática.

“Mas é um valor que foi indicado como o necessário por um grupo de economistas muito bom, que apresentaram um relatório que esse seria um valor necessário para que os países em desenvolvimento pudessem continuar a se desenvolver levando em consideração a mudança do clima”, acrescenta.

Corrêa do Lago reconheceu que o montante a ser captado é um “desafio razoável”, e que mesmo os U$ 100 bilhões que as nações desenvolvidas disseram ter conseguido três dos cinco anos, estipulados entre 2020 e 2025, foi contestado por analistas.

Para que a captação dos recursos aconteça, Corrêa do Lago pontua que um relatório estruturado com apoio do Ministério da Fazenda será produzido em parceria com o governo azerbaijano. Só após isso ele será negociado com as nações desenvolvidas.

Ainda em entrevista, o embaixador mencionou ideias paralelas ao financiamento climático tradicional. Algumas delas, afirma ele, seriam desenvolvidas por grupos que estudam a taxação de petróleo e de aviação, por exemplo, “para que não seja apenas uma transferência direta dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento”.

“Todos esses movimentos estão abrindo certos caminhos que estamos explorando para ver como poderíamos chegar ao 1.3 trilhões de dólares”, disse André Corrêa do Lago.

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