Apesar de protestos, o presidente da Hungria, Tamas Sulyok, assinou uma lei que proibirá as comunidades LGBTQ+ de realizar a marcha anual do Orgulho, desafiando críticas de organizações de direitos humanos que dizem que a medida restringe a liberdade de reunião. Manifestantes bloquearam uma ponte no centro de Budapeste na terça-feira (18) à noite, logo após o parlamento aprovar a medida acelerada pelo partido de direita Fidesz de Viktor Orban na segunda-feira (17).
O presidente Tamas Sulyok, ex-chefe do Tribunal Constitucional eleito para o cargo de forma cerimonial há um ano pela maioria parlamentar do Fidesz, foi o responsável por assinar a lei. A medida, que também autoriza o uso de câmeras de reconhecimento facial pela polícia para identificar participantes do evento, alega que o Orgulho pode ser prejudicial às crianças, impondo multas aos presentes.
Viktor Orban, enfrentando desafios politicos e econômicos, tem uma longa história de discordância com a comunidade LGBT. Suas políticas muitas vezes o colocam em desacordo com o restante da União Europeia. Hadja Lahbib, comissária da UE para a igualdade, afirmou que é fundamental defender o direito de se reunir pacificamente em toda a UE.
O Comissário do Conselho da Europa para os Direitos Humanos, Michael O’Flaherty, expressou grande preocupação com a nova lei e pediu para que Sulyok a vetasse. O prefeito de Budapeste, Gergely Karacsony, também criticou a medida e afirmou que o Orgulho deste ano poderia ser maior do que nunca, enquanto os organizadores planejam realizar a marcha programada para 28 de junho, em desafio à proibição.
Orban, no poder desde 2010, prometeu ainda reprimir o financiamento estrangeiro à mídia independente e às ONGs, seguindo o exemplo de Donald Trump. A situação na Hungria continua gerando controvérsias e críticas, mas manifestações de apoio à comunidade LGBTQ+ persistem, prometendo resistir à nova legislação. Budapeste, cidade conhecida pela sua liberdade, se prepara para um Orgulho que desafia a restrição imposta pelo governo.