Presidente da OAB critica agressão de PMs em Ribeirão Preto: “Inadmissível” e pede mudanças na formação dos agentes

“Inadmissível”, diz presidente de comissão da OAB sobre agressão de PMs contra faxineiro em Ribeirão Preto, SP

Douglas Marques afirma que o governo do estado precisa atacar a formação dos agentes para evitar que desvios de conduta continuem acontecendo. Jovem de 21 anos foi agredido por três policiais.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Ribeirão Preto (SP) classificou como inadmissível a conduta de policiais militares que aparecem em um vídeo agredido um jovem na porta de casa.

Douglas Marques disse que o governo do estado precisa atacar a formação dos policiais militares para evitar que episódios de violência por parte dos agentes continuem acontecendo nas ruas.

> “É inadmissível, porque é uma violência de quem deveria proteger o cidadão. Você não espera isso de um policial militar, daquele que a sociedade aponta a confiança. Eu acredito que precisamos atacar essa formação dos policiais para prepará-los melhor de modo que isso não venha a acontecer, a se repetir”, disse Douglas Marques.

Na última segunda-feira (7), um faxineiro de 21 anos foi agredido por três agentes durante uma abordagem no bairro Jardim Progresso, zona Oeste da cidade. A ação foi filmada por uma testemunha e mostra os PMs dando tapas e chutes no homem, que não reage em nenhum momento.

Kauan Yuri da Silva Oliveira disse que houve uma discussão entre familiares e amigos durante uma festa na casa dele, e que a polícia foi acionada. Durante a abordagem, ele foi agredido e acabou ferido no rosto. Abalado, Kauan contou que não consegue dormir.

O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva, afirmou que vai pedir o afastamento dos agentes envolvidos no caso e que a PM implementou uma espiral de medo e violência.

Para o presidente da comissão da OAB, o afastamento não é a solução para os problemas de conduta dos agentes.

> “Não é suficiente. Não adianta afastar três ou quatro policiais responsáveis por violência policial, enquanto você forma dois mil por ano com a mesma mentalidade, com o mesmo tipo de conduta. Eu acho que precisa atacar a formação, preparar esses policiais de modo que esses novos policiais não saiam por esse caminho e pratiquem essa violência institucional que a gente tem visto.”

Segundo informações divulgadas pelo governo de SP nesta sexta-feira (13), a Polícia Militar formou 5,5 mil novos agentes na gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Entre os formandos estão soldados 2ª classe, alunos-oficiais e tenentes do quadro de saúde.

O presidente da comissão da OAB em Ribeirão Preto é favorável ao uso das câmeras corporais. De acordo com Marques, os equipamentos são uma ferramenta de proteção ao cidadão e ao próprio policial.

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Tradição de Natal: Família de Itapetininga prepara ravioli um mês antes.

Família do interior prepara prato principal do almoço de Natal com um mês de
antecedência

Em Itapetininga (SP), há 60 anos a família Mazzarino se reúne para celebrar o
almoço de Natal com uma receita tradicional da Itália: o ravioli. Mas, para dar
conta da quantidade a produção começa um mês antes.

Família de Itapetininga mantém tradição de Natal em almoço especial

Em Itapetininga (SP), o Natal tem um sabor especial na casa da família Mazzarino. Há mais de 60 anos, a ceia natalina é marcada pela tradição de preparar ravioli, um prato que une gerações e que começa a ser preparado em novembro, um mês antes do almoço tradicional do dia 25 de dezembro.

Maria Angela Mazzarino Adas, aposentada, relembra o início da tradição ao lado do pai. “Meu pai virava o cilindro e eu acompanhava tudo desde os meus sete anos. Era uma festa: conversa daqui, histórias antigas dali, uma bagunça boa, com todo mundo participando”, conta.

A confecção do prato começou a crescer junto com a família, como relembra Inez dos Santos Mazzarino de Oliveira, também aposentada. “No início, tudo era feito na véspera do Natal, com meu pai liderando os preparativos. Mesmo depois que ele e minha mãe se foram, seguimos com a tradição. Agora, é algo que une ainda mais nossa família.”

O prato, que veio da Itália, carrega a história da família. “O ravioli era comida de ceia de festa para minha avó. Minha mãe aprendeu com ela e passou o conhecimento para as noras. Hoje, ele representa nossa identidade familiar”, explica Maria Margarida Mazzarino.

Inicialmente, a receita era preparada apenas com recheio de carne moída. Mas, com o passar dos anos, a família adaptou o prato para atender todos os gostos. “Atualmente, temos uma opção de recheio de palmito para os veganos”, comenta Regina Mazzarino.

Paulo Roberto Mazzarino destaca a importância de envolver as novas gerações. “Antes, as crianças apenas observavam o preparo. Hoje, ensinamos para elas. Temos aqui cinco ou seis crianças que já estão aprendendo e levarão essa tradição adiante.”

O aumento no número de integrantes da família levou a uma mudança nos preparativos. Se antes o prato era feito na véspera, agora as quatro irmãs da família organizam tudo com antecedência, reunindo todos em novembro para preparar a massa e os recheios.

Para a família Mazzarino, o ravioli é mais do que um alimento. “Sem ele, não é Natal”, conclui Maria Margarida.

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