Presidente do BRB fala sobre investigações com Master: operações tradicionais no mercado financeiro

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Operações tradicionais, diz presidente afastado do BRB sobre negociações com Master

Paulo Henrique Costa estava na presidência do BRB desde 2019 e foi afastado do cargo nesta terça-feira (18).

Além de presidente do Banco Master, diretores são alvo de mandados de prisão

O presidente afastado do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, se manifestou na manhã desta quarta-feira (19) sobre a decisão judicial que culminou no seu afastamento.

A decisão aconteceu no âmbito de operação da Polícia Federal, que mirou dirigentes do BRB e do Banco Master. Daniel Vorcaro, dono do Master, foi preso.

A PF investiga a venda de títulos de crédito falsos, que o Banco Master é suspeito de ter emitido durante as negociações de venda para o BRB.

Em nota enviada à TV Globo, um dia após seu afastamento, Paulo Henrique Costa declarou que “aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro” (leia a nota na íntegra no final da reportagem):

“Aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro. No caso do Banco Master, o BRB identificou, no primeiro quadrimestre, divergências documentais em parte das operações, comunicou o fato ao Banco Central do Brasil e promoveu, em sua grande maioria, a substituição dessas carteiras”, disse Paulo Henrique Costa.

“Após a identificação dessas questões, a atuação do BRB consistiu na com revisão da documentação, reforço de controles e ajustes de processos, medidas adotadas para mitigar riscos e preservar a instituição”, completou.

AS INVESTIGAÇÕES

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam que o esquema de venda de títulos de crédito falsos pode ter causado prejuízos ao BRB, e colocado em risco a saúde do sistema financeiro nacional.

A decisão obtida pela TV Globo informa que o BRB injetou R$ 16,7 bilhões no Master entre 2024 e 2025. Desse valor, pelo menos R$ 12,2 bilhões envolvem operações em que há fortes indícios de fraude.

Para se ter ideia, ainda de acordo com o documento, o BRB só poderia “se expor” (ou seja, colocar ativos sob risco) em cerca de R$ 753 milhões com um único cliente – o valor repassado ao Banco Master foi mais de 20 vezes maior que o permitido.

O juiz Ricardo Leite, que assina a decisão, destaca ainda que podem ter sido adotados “procedimentos escusos pela gestão do BRB para viabilizar e promover a liquidez do Banco Master”.

O QUE DIZ PAULO HENRIQUE COSTA

“Diante dos acontecimentos desta terça-feira (18), que envolvem operações da Polícia Federal, venho a público manifestar que:

• Toda investigação conduzida pelas autoridades competentes é legítima, necessária e positiva para o fortalecimento das instituições e para assegurar a transparência no sistema financeiro. É fundamental atuar com transparência e dentro da mais estrita legalidade em todas as esferas da administração pública.

• Aquisições de carteiras são operações tradicionais do mercado financeiro. No caso do Banco Master, o BRB identificou, no primeiro quadrimestre, divergências documentais em parte das operações, comunicou o fato ao Banco Central do Brasil e promoveu, em sua grande maioria, a substituição dessas carteiras.

• Após a identificação dessas questões, a atuação do BRB consistiu na com revisão da documentação, reforço de controles e ajustes de processos, medidas adotadas para mitigar riscos e preservar a instituição.

Reitero meu compromisso de cooperar integralmente com as autoridades e de disponibilizar todas as informações necessárias para o completo esclarecimento dos fatos. Zelo pela transparência e pela legalidade em todas as minhas ações e confio que a apuração trará os devidos esclarecimentos.”

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