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Presidente do Conselho Regional de Psicologia orienta sobre a prevenção ao suicídio

Última atualização 24/09/2017 | 01:22

Quando questionada sobre os motivos que levam pessoas a tirarem sua própria vida, a presidente do Conselho Regional de Psicologia de Goiás (CRP), Ionara Rabelo, assegura: “A pessoa quer se livrar do sofrimento e não da vida”.

Em entrevista ao Diário do Estado, a psicóloga chama atenção da necessidade de uma rede de prevenção ao suicídio. “Essas pessoas vão dando sinais de que não estão suportando mais o sofrimento”, alerta. A profissional orienta que sofrimento não é isolado, mas é constituído por várias questões que vão tornando a situação insuportável.

A depressão está entre os fatores que desencadeiam o suicídio ou sua tentativa. “Não vai acontecer de uma hora pra outra. Ela começa com o rebaixamento do humor, a pessoa já não tem energia, não quer fazer nada, uma tristeza profunda, pensamentos negativos e dificuldade em romper com esse ciclo”, explica Ionara Rabello. A orientação é, ao perceber as alterações de comportamento, questionar claramente sobre o assunto, acompanhar a situação e cuidar para que essa pessoa seja encaminhada para um profissional de psicologia ou medicina.

Em abril deste ano, dados do Mapa da Violência 2017 apontaram um crescimento de quase 10% em suicídio de jovens de 15 a 29 anos. Para Ionara, essa faixa etária é vulnerável por passar pelo processo de construção de subjetividade, que esbarra em padrões inalcançáveis projetados na sociedade. “A gente constrói uma sociedade com uma série de caixinhas onde essa pessoa não se encaixa”, diz.

“Esse números estão aí não para questionar o que fazer com essas pessoas, e sim o que fazer para ajudá-las. E o que fazer com a sociedade que coloca como possibilidade para essa pessoa. A responsabilidade é nossa”, pontua. Todos os anos, no mês de Setembro, órgãos de saúde e meios de comunicação fazem a divulgação da campanha Setembro Amarelo, dando ênfase à prevenção do suicídio.

Mídia

A imprensa tem um papel fundamental quando se trata de suicídio. Quando o ato é divulgado na capa de um jornal, por exemplo, o número de casos aumenta de 10 a 15%. Com base nessa estatística, a Organização Mundial da Saúde (OMS) detectou o fenômeno da contaminação e estabeleceu normas para a divulgação de conteúdo sobre o assunto.

Sobre a discussão do tema, a presidente do CRP levantou a importância do debate em diferentes mídias. Na semana do psicólogo, o conselho realizou um debate sobre a série americana Os treze porquês. Na produção, a protagonista Hanna conta sua história em fitas, após suicidar-se. “Em muitos momentos a série vai colocando as situações de violência, de dor, e nesse sentido é importante por mostrar que ninguém vai cometer suicídio de uma hora para outra ou por um motivo só”, diz.

No entanto, a especialista afirma que a série apresenta problemas ao reproduzir a lógica de procurar culpados e, em inúmeros momentos, mostra a protagonista pedindo ajuda, mas sem respaldo.

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