Ao lado do presidente do Panamá, Lula diz que comércio internacional ‘é usado
como instrumento de coerção’
Lula e presidente do Panamá no Planalto. — Foto: Ricardo Stuckert/
Presidência da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (28) que
o comércio internacional é “usado como instrumento de coerção”.
A declaração foi dada durante agenda ao lado do presidente do Panamá no Palácio
do Planalto.
“Em um dos momentos mais críticos da história da região. Tentativas de restaurar
antigas hegemonias colocam em choque a liberdade e autodeterminação dos nossos
povos”, pontuou Lula.
> “Ameaças de ingerências pressionam instituições democráticas e comprometem a
> construção de um continente integrado, desenvolvido e autônomo. O comércio
> internacional é utilizado como instrumento de coerção e chantagem”, prosseguiu
> o presidente.
O líder panamenho é o terceiro presidente recebido por Lula neste mês — os
anteriores foram Daniel Noboa (Equador) e Bola Tinubu (Nigéria).
As visitas ao Brasil foram acertas antes do anúncio do tarifaço, porém já em um
contexto da guerra comercial adotada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Os produtos brasileiros estão sobretaxados em 50% desde 6 de agosto. Diante da
dificuldade para negociar com Trump, o governo intensificou as tratativas com
outros países atrás de novos mercados.
BRASIL X PANAMÁ
Lula e Molino discutiram oportunidades de negócios em julho na Argentina, à
margem da cúpula do Mercosul.
Na oportunidade, Molino disse que apresentaria oportunidades de investimentos em
turismo e na área de infraestrutura portuária no Panamá.
O presidente do Panamá também demostrou interesse em adquirir aeronaves da
Embraer.
COP 30
Lula também reforçado nas reuniões com presidentes os convites para COP 30, que
será realizada em Belém em novembro. O Brasil tenta articular um mecanismo
efetivo para que países mais ricos ajudem a financiar a preservação de
florestas.
A pouco mais de dois meses da conferência, delegações estrangeiras se queixam
dos valores cobrados para hospedagens em Belém. O governo brasileiro acredita
que será possível resolver o problema e garantir uma boa representatividade na
COP 30.
Em 2024, a corrente de comércio entre Brasil e Panamá foi de US$ 934,1 milhões,
com superávit do Brasil. As exportações brasileiras têm sido, principalmente, de
petróleo e produtos manufaturados.
– Esta reportagem está em atualização