Presidente do PL ameniza documento de pedido de golpe: “Todos recebemos”

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Presidente do PL ameniza documento de pedido de golpe: “Todos recebemos”

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, não considera comprometedora a descoberta de documento com pedido de golpe encontrado na casa do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres. Ele deve se reunir em breve com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. A  minuta continha proposta de decretação de estado de defesa na sede do TSE, embora a medida seja inconstitucional.

“Todos recebíamos esse tipo de minuta. Quando éramos abordados nas ruas, nos aeroportos, sempre vinham manifestantes entregando todo tipo de documento para contestar a eleição. Nós procuramos os meios legais para contestar as urnas, dentro das quatro linhas, como o próprio Bolsonaro sempre disse. Como não encontramos, nada foi levado adiante“, afirmou Valdemar à coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles.

Em novembro, o político solicitou a invalidação de votos do segundo turno das eleições nas urnas fabricadas antes de 2020. De acordo com ele, a auditoria nesses equipamentos é impossível. Em entrevista coletiva, Valdemar afirmou que, em um cenário somente com os equipamentos auditáveis, Bolsonaro teria 51,05% dos votos válidos e Lula, 48,95%. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, condicionou a análise do pedido à comprovação de problemas também no primeiro turno.

A ex-esposa dele, socialite Maria Christina Mendes, pediu à época que o presidente do PL reconsiderasse o posicionamento político, que estaria sendo posto à prova por Bolsonaro. De acordo com ela, as sociedades duvidosas e esquemas de lavagem de dinheiro seriam revelados, em caso de insistência no pedido de golpe. Na gravação, a ex-mulher de Valdemar sugere que ele considerava Jair “baixo clero” e um “estrupício”. A mulher ressalta que entregará um documento para comissão de direitos humanos em Nova Iorque porque acredita que o ex-deputado federal está apoiando “situações paramilitares” no Brasil. No vídeo, ela não especifica quais seriam os materiais.

Relembre

Torres foi preso ao desembarcar no Brasil há cerca de duas semanas após férias nos Estados Unidos. Ele é suspeito de ter sido conivente com os atos antidemocráticos em Brasília de 8 de janeiro. O documento com rascunho do pedido de golpe foi encontrado na casa dele pela Polícia Federal (PF). Na ocasião, bolsonaristas contrários ao resultado das eleições invadiram e depredaram os prédios da sede dos Três Poderes na Esplanada dos Ministérios. Os golpistas quebraram móveis, vidros e também destruíram e roubaram obras de arte do patrimônio histórico nacional de valor incalculável no Congresso, Palácio do Planalto e STF.

O estado de defesa tem previsão constitucional para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social mediante grave e iminente instabilidade institucional  ou calamidades de grandes proporções na natureza. A decretação tem tempo limitado e cabe ao Presidente da República após ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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