Estamos apenas cumprindo nosso papel’, diz presidente do STF após suspensão de visto para os EUA
Ministro negou interferência na política. Governo dos Estados Unidos suspendeu o visto para o país de Barroso e outros ministros do Supremo alegando ‘caça às bruxas’ contra o ex-presidente Bolsonaro.
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luís Roberto Barroso, negou nesta segunda-feira (21) que a Justiça brasileira esteja perseguindo políticos.
Na última sexta-feira (18), os Estados Unidos suspenderam os vistos de Barroso, de Alexandre de Moraes e de outros sete ministros do tribunal, com a justificativa de que o judiciário realiza uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe ao Estado.
Presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em Fortaleza nesta segunda-feira (21) — Foto: Thiago Gadelha/Sistema Verdes Mares (SVM)
O ministro esteve na capital cearense para uma visita institucional à OAB-CE e também para realizar uma palestra com o tema “Plataformas Digitais, Inteligência Artificial e os Desafios do Mundo Contemporâneo”. Essa foi a primeira visita de um presidente do STF à seccional cearense da OAB.
Durante a coletiva de imprensa, Barroso foi questionado sobre pontos como a suspensão de visto e a possibilidade de recorrer a essa medida, interferência de outro país no Judiciário brasileiro e a suposta crise entre os três poderes e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Os Estados Unidos suspenderam os vistos de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e de outros sete ministros do tribunal. Na sexta-feira (18), Marco Rubio, secretário de Estado do governo Donald Trump, anunciou que revogou os vistos americanos para Moraes, “de seus aliados e de seus familiares imediatos”.
Neste sábado (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) emitiu uma nota na qual manifesta “solidariedade e apoio” aos ministros do STF atingidos pela revogação de vistos dos Estados Unidos. Segundo ele, essa é “mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”.
Ao anunciar a medida, Rubio disse que Trump deixou claro que o governo norte-americano responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos.