Presidente do TJGO suspende liminares que permitiam retomada presencial de pré-escolas

Nesta sexta-feira, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, desembargador Walter Carlos Lemes suspendeu decisões proferidas por dois juízes de Varas das Fazendas Públicas Municipais (José Proto de Oliveira e Jussara Cristina Oliveira Lousa) que liberam a retomada das atividades de prés-escolas, que atendem crianças entre zero e cinco anos.

A medida é um recurso da Procuradoria-Geral do Município de Goiânia (PMG), que alegou que o Supremo Tribunal Federal estabeleceu o entendimento que os Estados possuem competência concorrente e os Municípios possuem competência suplementar para, durante o período da pandemia, adotarem medidas restritivas, especificamente sobre a suspensão e o modo das atividades de ensino.

A PGM sustentou que os Decretos Estaduais e Municipais, respectivamente, nº 9.653/20 e 1.313/20, que estão vigorando, proíbem o funcionamento de atividades educativas presencial. Somente após a promulgação de decretos permitindo a reabertura, a Secretaria Municipal de Saúde, mediante Portaria e Nota Técnica, publicará protocolos específicos a serem seguidos pelas escolas para retomada das atividades.

Walter Carlos afirmou que neste momento a prevenção imediata é fundamental e talvez seja a única forma para não se perder o controle da propagação do vírus. Acrescentou que o  “o deferimento das decisões liminares fustigadas impõem risco à proteção da saúde, da segurança e da ordem pública, mormente, ao direito à vida da população goiana”.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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