Ex-diretor financeiro e presidente afastado do sindicato de motoristas e
cobradores de ônibus de Curitiba são presos
Investigação apura supostos desvios de recursos no sindicato. Defesas questionam
necessidade da prisão preventiva.
Polícia investiga desvio de recursos em sindicato de motoristas e cobradores
Anderson Teixeira, presidente afastado do Sindicato dos Motoristas e Cobradores
de Ônibus de Curitiba e Região
Metropolitana (Sindimoc), e o ex-diretor financeiro da instituição, Sidenei
Rogério, foram presos na manhã desta quinta-feira (6).
Eles são suspeitos de peculato, falsidade ideológica e outros crimes correlatos,
conforme a delegada Rita de Cássia Lira.
A investigação apura supostos desvios de recursos e outras irregularidades do
Sindimoc e da Associação dos Trabalhadores no Transporte no Estado do Paraná
(ASTT).
Além das prisões, a operação cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em Colombo
e Itaperuçu, na Região Metropolitana, e
em Curitiba. A polícia apreendeu aparelhos eletrônicos e documentos, entre eles,
registros contábeis, contratos e extratos bancários, que serão periciados.
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O QUE DIZEM OS ADVOGADOS DOS PRESOS?
O advogado Fábio de Assis, que representa Anderson, questionou a necessidade da
prisão preventiva.
“O principal questionamento defensivo nesse momento é entender a necessidade da
prisão preventiva. Nós temos outras ações que já estão ventiladas com relação ao
sindicato. Nós já temos o afastamento do Anderson. Nós não conseguimos entender
exatamente a necessidade desta prisão preventiva. Outras medidas cautelares
diversas da prisão seriam suficientes aqui para este caso”, afirma.
Michael Pinheiro, que representa Sidenei Rogério, destacou que o Ministério
Público propôs anteriormente a prisão preventiva dos investigados, o que foi
negado pela Justiça.
“Até causa estranheza esse mandado de prisão, sendo que já tinha sido indeferido
o pedido de prisão quando proposto pelo Ministério Público. O judiciário já
havia negado essa prisão deles anteriormente”, diz.
MOVIMENTAÇÕES SUSPEITAS
1 de 1 Polícia apreendeu aparelhos eletrônicos e documentos — Foto: PCPR
A investigação apurou movimentações suspeitas e indícios de desvio de recursos
no sindicato, incluindo pagamentos de serviços sem contrato formal e ausência de
prestação dos serviços correspondentes, transferências bancárias para o próprio
diretor financeiro e ex-presidente, e pagamento de serviços para empresa em nome
dos investigados.
Segundo a polícia, as apurações também indicam que as fraudes e desvios se
estenderiam à associação, entidade que recebe mensalmente repasses das empresas
de transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana, destinados à
prestação de serviços médicos aos trabalhadores do setor.
Anderson Teixeira foi afastado do cargo em julho,
por determinação da Justiça, por suspeita de desviar cerca de R$ 607 mil da
entidade sindical para uso próprio. Porém, mesmo com o afastamento, os desvios
continuaram, segundo a delegada.
“O então presidente foi afastado no bojo de um inquérito anterior, no qual houve
a denúncia por crime de peculato. Com o afastamento dele, assumindo uma nova
gestão, pode ser verificado que os desvios não só continuaram depois de 2020,
como aumentaram”, detalha Lira.
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