O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou na segunda-feira, 17, para o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, a fim de alinhar as prioridades da presidência sul-africana no G20. A África do Sul sediará a Cúpula de Líderes do G20 em Joanesburgo nos dias 22 e 23 de novembro, sucedendo o Brasil na presidência rotatória do grupo. A conversa entre os dois dirigentes durou cerca de 40 minutos e envolveu os planos da África do Sul à frente do grupo.
De acordo com nota da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Lula reiterou o apoio do Brasil às iniciativas da África do Sul, em especial o trabalho do Grupo de Especialistas em Desigualdade, presidido pelo economista Joseph Stiglitz. Lula destacou o suporte à criação de um Painel Internacional sobre Desigualdade, com capacidade de assessoramento técnico semelhante ao IPCC. Além da desigualdade, o presidente brasileiro saudou a iniciativa sul-africana sobre segurança alimentar e preço dos alimentos, complementar à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza lançada pelo Brasil, e manifestou apoio à continuidade da Cúpula Social do G20.
A ligação de apoio de Lula ocorreu em meio a ataques de Donald Trump à liderança da África do Sul, devido à legislação de desapropriação de terras e ao posicionamento sul-africano sobre ações militares de Israel na Faixa de Gaza. O presidente brasileiro confirmou sua participação na Cúpula, mesmo após o boicote de Trump. A conversa entre os líderes também buscou acordar uma reunião bilateral paralela ao G20 para discutir relações comerciais entre os países.
No contexto de fortalecimento da cooperação, Lula dedicou parte de seu discurso em evento público na segunda-feira para mencionar a parceria com o continente africano, informando que passaria por Moçambique em sua ida à África para o G20. Ele expressou a intenção de estabelecer um convênio entre universidades e institutos federais brasileiros e a Embrapa para compartilhar conhecimentos técnicos agrícolas, visando impulsionar uma revolução agrícola na África.
